VÍDEO: Conheça a história da bruxa Befana, personagem da cultura italiana em Guabiruba
Folclore diz que a bruxa distribui doces para as crianças bem comportadas e carvão para os mal criados
Folclore diz que a bruxa distribui doces para as crianças bem comportadas e carvão para os mal criados
A cultura italiana tem um personagem que chama atenção do público, especialmente das crianças de Guabiruba. A responsável por atrair todos os olhares por onde passa é a Bruxa Befana, interpretada por Celina Pontalti Vanderlinde, 25 anos.
A moradora do Centro recebeu um convite no final de 2019 para participar do desfile de Natal de Guabiruba. O tema do evento era histórias e culturas de países.
Durante as pesquisas para realizar o desfile, a Associação Cultural Italiana de Guabiruba (Acig) encontrou a história da bruxa Befana e decidiu apresentá-la com o intuito de levar algo diferente. Celina dá vida à personagem há cinco meses.
O folclore italiano conta que os Três Reis Magos foram fazer uma visita à bruxa após o nascimento do menino Jesus. Eles pernoitaram na casinha da velha senhora, que era localizada em um vilarejo distante, e no dia seguinte seguiram caminho ao encontro do menino que acabara de nascer.
Os Três Reis Magos convidaram a bruxa para acompanhá-los na viagem, mas Befana ficou com dúvidas e decidiu ficar no vilarejo. Pouco tempo depois ela ficou comovida e decidiu ir atrás do menino Jesus. No entanto, como não conhecia os pais e não sabia onde eles moravam, ela foi batendo de porta em porta até encontrar o recém nascido.
“Até pensamos em colocar uma máscara, mas não ficaria tão real”, esclarece Celina
Durante a procura, a bruxa passou a entregar doces para as crianças que se comportavam e para os que não agiam corretamente ou não seguiam as ordens dos pais, ela distribuía carvão.
A bruxa Befana, que também é conhecida como a bruxa Epifania, é comemorada entre os dias 5 e 6 de janeiro. Nesta data, ela passa na casa das crianças para avaliar se eles se comportaram ou não durante o ano.
Celina fez diversas pesquisas referente a vestimenta e a maquiagem da bruxa. O objetivo era tornar o personagem semelhante ao que retrata a história.
Para fazer a roupa, a guabirubense conta que se inspirou nas imagens que encontrou durante as pesquisas. Ela decidiu colocar um vestido preto, com um lenço, uma peruca grisalha e uma corcunda pois a bruxa é uma senhora. “Ela é uma senhora velha e corcunda, então me inspirei nisso para montar a roupa dela”.
Para colocar a roupa, Celina recebe ajuda da mãe, Marcia Pontalti. Além de ajeitar a roupa, ela também fecha as vestimentas com pontinhos para a roupa não soltar. Para colocar todos os itens do figurino da Befana, a guabirubense reserva meia hora apenas para esta tarefa.
Já a maquiagem é feita por uma maquiadora Deise Willrich. O nariz e queixo da personagem são fabricados na hora da produção com uma massinha específica. O toque final é um pedaço de cílio postiço que vira o cabelo da verruga da bruxa. A produção leva aproximadamente uma hora e meia. “Até pensamos em colocar uma máscara, mas não ficaria tão real”, esclarece Celina.
A primeira aparição da bruxa Befana, em pleno desfile de Natal, causou espanto ao público que acompanhava a cerimônia. As pessoas não conseguiam entender porque uma bruxa estava aparecendo na época natalina. “Ela foi atrás do menino Jesus, então é na época do Natal”.
Algumas crianças se assustaram quando avistaram a personagem, tanto que não chegaram perto dela e outras começaram a chorar. No entanto, Celina faz questão de explicar que apesar da aparência, ela não é uma bruxa má. Outras crianças aproveitaram o momento e brincaram com a vassoura da Befana, que é feita com um pedaço de tronco de árvore torto e cerdas de palha.
Na oportunidade, a bruxa distribuiu alguns docinhos para o público. “Fizemos mais de quatro quilos de doces pintados e durante o desfile nós íamos distribuindo”.
No segundo desfile que a bruxa Befana participou, o público fez questão de registrar o momento com diversas fotos.
Agora a associação estuda como trabalhar a história da bruxa no Museu da Cultura Italiana, localizado no bairro Lageado Alto, mas ainda não há nada definido. Para Celina, dar vida ao personagem é motivo de felicidade.
“Sinto orgulho da minha cultura, pois sou descendente de italianos e faço parte da diretoria da Acig. Achei que eu ficaria envergonhada pela maquiagem, mas estou gostando bastante. Faço isso de coração”.