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Vândalos ateiam fogo em árvore de pomar cultivado por idoso na Beira Rio

Aposentado Calixto Formonte, 84 anos, planta árvores de frutas há cinco anos às margens da avenida

Há pelo menos cinco anos, o aposentado Carlos Formonte, popular Calixto, 84 anos, dedica seu tempo cuidando das árvores na Beira Rio. Ali, num pequeno trecho entre o Edifício Erich e a curva do Corpo de Bombeiros, ele plantou várias árvores frutíferas como acerola, abacate, graziola, gabiroba, limão, jabuticaba, pitanga, campari, pêra, figo e goiaba. São pelo menos 33 pés de árvores no local, no entanto, nem todos têm o mesmo cuidado e dedicação com o meio ambiente como o aposentado.

Na manhã de segunda-feiram 27, quando foi cuidar das árvores, seu Calixto se deparou com um crime ambiental com uma de suas plantas: jogaram óleo e atearam fogo no pé de pêra. “Fiquei muito bravo quando vi. As pessoas não respeitam nada. Sempre encontro lixo, as pessoas mexem, tiram as frutas verdes e jogam no chão, quebram galhos e agora colocam fogo”, lamenta.

O aposentado chega a pagar do próprio bolso para roçarem o espaço onde ele plantou as árvores. Para ele, cuidar das plantas é uma forma de se manter ocupado e ativo, porém, o que ele mais presencia é o desrespeito com a natureza. “Ninguém faz nada ali.

Então decidi cuidar do lugar. Faço porque gosto, me sinto bem, mas as pessoas poderiam ter um pouco mais de cuidado, não dão valor as coisas boas, ao invés de ajudar, destroem”, diz.

O fiscal da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema), Faues Vinicíus Medeiros, afirma que o caso pode ser caracterizado como crime ambiental. “O que caracteriza o crime ambiental não é o tipo da árvore, mas onde ela está localizada. Neste caso, ela está na Beira Rio, numa área de preservação permanente, então é crime ambiental, sim”, esclarece.

Medeiros diz ainda que quem pratica crime como esse pode ser penalizado, no entanto, é preciso que os fiscais da Fundema peguem o ato em flagrante. “Nesse caso, a fiscalização só poderá constatar a materialidade, e não a autoria. A nossa dificuldade é essa, é muito difícil pegarmos em flagrante. Então, quando a pessoa presencia um crime desta natureza, deve informar a Fundema o mais rápido possível para que possamos dar flagrante”.