Tráfico de drogas no entorno da escola Paquetá preocupa comunidade
Fim das aulas noturnas chegou a ser cogitado, mas Secretaria de Educação descarta medida
Fim das aulas noturnas chegou a ser cogitado, mas Secretaria de Educação descarta medida
O tráfico e o consumo de drogas próximo à Escola de Ensino Fundamental (EEF) Paquetá preocupam a comunidade. São constantes os relatos de venda de entorpecentes à noite, perto do colégio.
A situação chegou a tal ponto que a comunidade, comerciantes e até mesmo pais de alunos resolveram se unir para encontrar uma solução. Uma das atitudes foi enviar ao Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia) um ofício.
Indignada com o tráfico de drogas e os crimes a ele relacionados, a comunidade pediu o fim do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), no período noturno, dentro da escola. A alegação é que à noite o problema é mais intenso.
A situação foi discutida na última assembleia do Grupia, no dia 9 deste mês, da qual também participaram o major Heintje Heerdt, subcomandante da Polícia Militar de Brusque, e o delegado Alex Bonfim Reis, da Divisão de Investigações Criminais (DIC) da Polícia Civil do município.
Segundo Kons, fechar o EJA do Paquetá já não é mais debatido. “Jamais podemos aceitar que meliantes e delinquentes nos façam fechar uma escola”, afirma.
O resultado concreto da reunião do Grupia é que informações detalhadas sobre crimes cometidos no entorno da escola foram entregues às duas polícias. Além disso, será tentado que haja mais diálogo entre os moradores.
De acordo com Kons, outro problema identificado é que as pessoas não sabem a quem recorrer quando veem menores de idade traficando. O objetivo é que seja definido a qual órgão cabe responder isso.
O secretário de Educação, José Zancanaro, afirma que o caso da escola Paquetá não é único. Há relatórios da secretaria nos quais constam situações parecidas em outros colégios, não só à noite, mas também também à luz do dia.
De acordo com Zancanaro, estudam no EJA do Paquetá 80 jovens e adultos. Na avaliação dele, acabar com a unidade de ensino no bairro seria ruim para o futuro dos estudantes.
Zancanaro afirma que os crimes e ilícitos acontecem somente do lado de fora da escola. A prefeitura não tem poder para intervir no que se passa na calçada, somente dos muros para dentro, ressalta o secretário.
“Fora do pátio, é caso de polícia. Foge da nossa alçada. Agora, tirar uma escola com 80 alunos, que se sair dali não vão mais estudar, é um retrocesso”, afirma.
Segundo o secretário de Educação, o responsável pelo EJA do Paquetá é experiente e está impondo disciplina entre os estudantes. Zancanaro diz que não há nenhum problema dentro da unidade.
O major Heintje explica que a PM mantém uma rede de segurança escolar, da qual a EEF Paquetá também faz parte. Periodicamente, a polícia realiza rondas e abordagens de suspeitos para coibir crimes perto de escolas da cidade.
De acordo com o subcomandante da PM de Brusque, já foram feitas operações na escola Paquetá desde que o problema ficou pior. Com a presença policial, os moradores relatam que a situação tem melhorado, apesar de ainda preocupar.
O major ressalta que a PM mantém o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Os policiais que dão aulas têm contato com os professores, alunos e comunidade local, com foco em inteligência e prevenção.