Técnica oriental da auriculoterapia será oferecida no SUS de Brusque
Terapia deve ser disponibilizada dentro de 60 dias, após capacitação de servidores
Praticada há milênios na China, a auriculoterapia é uma especialidade da medicina tradicional chinesa. Por meio dos pontos auriculares diversas doenças podem ser tratadas. Este tratamento alternativo passará a ser ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Brusque em breve.
A auriculoterapia é praticada desde antes de Cristo na China. Na década de 1950, foi popularizada no Ocidente pelo médico francês Paul Nogier.
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Já foi comprovada cientificamente a eficácia da auriculoterapia para o tratamento de dores de cabeça, insônia e outras enfermidades neurológicas. Ela também é indicada até mesmo para tratar hipertensão e problemas reumáticos.
A auriculoterapia se baseia no princípio de que o ouvido é um “mapa do corpo”. Todas as partes do corpo humano estão representadas ali. Com agulhas, o profissional estimula diferentes regiões da orelha.
Embora seja um conhecimento milenar largamente empregado na China e noutros países asiáticos, a auriculoterapia começa a se propagar mais fortemente no Brasil agora. O secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari, diz que o Ministério da Saúde tem incentivado a adoção de métodos alternativos.
“A auriculoterapia vem ao encontro do que o Ministério está priorizando no tratamento de doenças crônicas e também das doenças do século, como ansiedade e angústias”, afirma Fornari.
Capacitação
Para ter efeito, é preciso que um profissional capacitado realize a auriculoterapia. Metódicos e estudiosos, os chineses desenvolveram a terapia natural com base no perfeccionismo para encontrar cada ponto específico.
Os profissionais da rede municipal de Saúde passaram por uma capacitação entre os dias 22 e 24 deste mês. Foram treinados 25 servidores, que agora já podem aplicar a técnica quando for indicado.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Humanização, Carmen Pedrini, pelo um profissional das Estratégias de Saúde da Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) está capacitado a praticar a auriculoterapia.
Ainda que os profissionais já estejam aptos, ainda deve levar um pouco de tempo para que a terapia seja universalizada na rede municipal. Segundo Fornari, a licitação para a compra de materiais está em andamento e deve ser terminada somente em 60 dias.
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Por ser uma terapia natural, a auriculoterapia usa poucos materiais. Os que usa são básicos. O custo para a prática é relativamente baixo, segundo Fornari.
Acesso
Quem definirá se o paciente deve ser encaminhado para a auriculoterapia é o conjunto de profissionais de cada UBS. Os Nasf também terão papel fundamental no encaminhamento para essa terapia.
A Secretaria de Saúde conta hoje com quatro equipes do Nasf. Cada uma é composta por profissionais de diferentes áreas – fisioterapeuta, nutricionista, médico especialista, educador físico e outros.
Os Nasf fazem um rodízio e passam por todas as 23 UBS de Brusque. Por ser um time multiprofissional, eles devem atender os casos que a própria unidade não conseguiu dar encaminhamento ou outras situações do dia a dia.
Fornari explica que os profissionais da Nasf, junto com os servidores da UBS, é que poderão encaminhar o paciente para a auriculoterapia ou outras terapias e tratamentos alternativos. Cada caso deve ser avaliado individualmente, com base nos conhecimento repassados na capacitação.
Tratamentos alternativos fazem sucesso
A Secretaria de Saúde de Brusque já conta com outras Práticas Integrativas Complementares (Pics) e atividades alternativas de saúde. Dentre elas estão meditação e yoga – que são desenvolvidos dentro do programa Academia de Saúde, na Atenção Básica.
Fornari diz que as terapias têm feito sucesso entre a população. “A receptividade tem sido muito boa. Tanto que tivemos que suspender as atividades por uma semana e a população já começou a abrir reclamações na Ouvidoria”.
A auriculoterapia deverá ser a primeira terapia natural a ser implementada em larga escala nas UBS, segundo Fornari. Por enquanto, fitoterapia e reiki – que também integram as Pics – não são ofertadas à população. Mas o secretário diz que existe intenção de também implantá-las.