Situação crítica: setor da construção civil de Brusque ainda enfrenta desafios

Agravamento da pandemia da Covid-19 preocupa empresários do setor

Situação crítica: setor da construção civil de Brusque ainda enfrenta desafios

Agravamento da pandemia da Covid-19 preocupa empresários do setor

A construção civil em Brusque tem vivido maus momentos. O preço de custo continua subindo e a confiança no setor continua em queda. Para piorar, ainda há o agravamento da pandemia da Covid-19 no estado e no país, que traz incertezas para o ramo. 

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sinduscon), Fernando José de Oliveira, diz que há preocupação com a pandemia. Se o governo estadual mudar de posicionamento e decretar lockdown, a situação pode piorar para o setor. “Tem os prazos, precisa continuar trabalhando. Esse atraso complica para os donos de empreendimentos”. 

Além disso, o aumento de preços no setor continua assombrando o empresariado e prejudicando o desenvolvimento econômico do setor. Um ponto que prejudica é que o reajuste do Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil não acompanhou o aumento de preços. 

Ferro, alumínio, cobre e vidro são uns dos muitos materiais que estão em alta. “É bem complicado para quem fez contratos”, diz Oliveira. 

O aumento recorrente dos preços é prejudicial porque o contrato é fechado com base em um valor. Há casos em que é possível renegociar, porém ainda assim traz prejuízos. 

O setor também sofre com a baixa procura. “Quanto mais incerteza, menos estão propensos a fazer investimentos”, diz o presidente do Sinduscon. Como o investimento é a longo prazo, as pessoas preferem não arriscar. 

Empregos

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, Brusque teve mais demissões do admissões no setor da construção civil no último trimestre de 2020. 

“Estávamos indo muito bem, com saldo positivo, e no último trimestre caiu justamente por um descrédito que o setor começou a ter”, avalia Oliveira. 

Os problemas com o custo da matéria-prima também refletem na empregabilidade do setor. Obras que seriam iniciadas são adiadas porque os empresários esperam para ver como o mercado irá se comportar e ainda há a insegurança pela pandemia. 

No momento não há muita esperança. “Acreditamos que não vai mudar. Vai ser bem complicado nos próximos meses. Não acreditamos num cenário favorável até por causa do cenário da Covid”. 

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sintricomb), Izaias Otaviano, a empregabilidade no setor é estável no momento. 

O sindicato laboral mede o nível de contratação através das rescisões e pela procura do trabalho por novas oportunidades. Para Otaviano, a contratação e demissão no setor está nos mesmos parâmetros do fim de 2020. 

Ele também diz que, conversando com empresários, soube que a mão de obra no setor está complicada. Pode ser porque mudaram para outra categoria ou buscaram outras funções. 

O presidente do Sintricomb também cita os problemas com a matéria-prima e a pandemia como impasses para o desenvolvimento da construção civil. “Tá muito complicado. Trabalhamos com prazos que precisam ser respeitados”. 

Setor busca alternativas

O setor da construção civil tem buscado alternativas para amenizar a situação. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) continua em tratativas para sensibilizar o governo para que converse com as empresas a fim de diminuir o valor da matéria-prima. 

Além do mais, as empresas do ramo se uniram para importar matéria-prima. Desta forma, fica mais barato do que comprar internamente. O movimento também se dá na expectativa de que a indústria diminua os preços. 

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