Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Parque Nacional da Serra do Itajaí: algo a ser discutido

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Parque Nacional da Serra do Itajaí: algo a ser discutido

Rosemari Glatz

Criado por Decreto Federal publicado em 4/06/2004, o Parque Nacional da Serra do Itajaí (Parna) protege aproximadamente 57 mil hectares de florestas, em sua maioria em avançado estágio de regeneração, preservando a maior área contínua de Mata Atlântica de Santa Catarina. A área é considerada de extrema importância biológica para vários grupos (aves, peixes, anfíbios, invertebrados, flora) e está situada em uma das nosssas mais belas regiões, abrangendo as cidades de Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Presidente Nereu e Vidal Ramos.

Além do território abrangido diretamente pela área do Parna, existe ainda a chamada Zona de Amortecimento (ZA), que no Parque Nacional da Serra do Itajaí é de 500 metros no entorno de todo o parque. A ZA tem por objetivo contribuir para a manutenção da estabilidade e equilíbrio do ecossistema protegido, e filtrar os impactos negativos das atividades que ocorrem fora dela, especialmente nas unidades próximas a áreas intensamente ocupadas.

Representando 0,05 % da área total original do bioma Mata Atlântica no Brasil e 0,55 % da área remanescente de Mata Atlântica, o Parque é um dos três grandes fragmentos florestais ainda existentes em Santa Catarina, situando-se geograficamente entre o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ao sul e a região de São Bento do Sul – Serra da Dona Francisca ao norte. A área do Parque é a segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal do bioma no sul do Brasil. Além da riqueza em biodiversidade, o Parque também abriga cabeceiras de importantes cursos d’água que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí e do Rio Itajaí-Mirim.

Santa Catarina é a única unidade da federação abrangida pelo Parque Nacional da Serra do Itajaí, e seu território está distribuído nos seguintes percentuais por município: Blumenau: 17,32%; Indaial: 32,30%; Ascurra: 0,09%; Apiúna: 17,50%; Presidente Nereu: 8,55%; Vidal Ramos: 2,13%; Gaspar: 2,12%; Botuverá: 10,86%, e Guabiruba: 9,11%.

Em Botuverá, o território inserido no Parque alcança as localidades de Areia Alta; Areia Baixa; Beira Rio; Lajeado Alto; Lajeado Baixo; Lajeado Central; Pedras Grandes; Praia Vermelha; Ribeirão do Ouro, e Salto das Águas Negras.

Guabiruba representa 9,11% da área territorial do Parque, mas esse percentual é muito signficativo para a cidade, uma vez que inclui a principal área com cobertura vegetal do município – cerca de 50 km² de floresta, e constitui 29,4% do território total da cidade, alcançando os bairros Aymoré, Lajeado Alto, Lajeado Baixo e Planície Alta. Em 2013, em uma parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Guabiruba foi a primeira das nove cidades que integram o território do Parque a instalar sinalização indicativa da Zona de Amortecimento (ZA).

Dependendo das características de cada área de uso público, o Plano de Manejo do Parque identificou como principais possibilidades de visitação: recreação, piqueniques, caminhadas, cicloturismo, banhos, contemplação, sensibilização ambiental e interpretação, observação de vida silvestre e competição esportiva de baixo impacto. Com o objetivo de preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, o Parque possibilita a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Porém, até o momento, o Parque praticamente não dispõe de estruturas de apoio a visitação. E, como a regularização fundiária do Parque ainda está longe de ser concluída, os proprietários de imóveis localizados dentro da área do Parque Nacional da Serra do Itajaí e na correspondente Zona de Amortecimento costumam enfrentar grandes dificuldades. É algo a ser discutido.

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