Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Histórico de Criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí – Parte I

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Histórico de Criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí – Parte I

Rosemari Glatz

Criado em 2004 e protegendo aproximadamente 57 mil hectares de florestas, o Parque Nacional da Serra do Itajaí preserva a maior área contínua de Mata Atlântica do Estado e envolve nove municípios catarinenses. Conheça o histórico de sua criação:

1927: Ferdinando Schadrack funda o Clube Spitzkopf, dedicado ao excursionismo e com expressas preocupações conservacionistas. A visitação ao morro de mesmo nome torna-se comum.

1932: com a morte de Ferdinando Schadrack, seu filho Udo Schadrack herda a propriedade Spitzkopf, na época com área de 400 hectares, e cessa a exploração madeireira nas matas do vale do ribeirão Caetés, afluente da margem esquerda do ribeirão Garcia, em Blumenau.

1950: Udo Schadrack adquire um terreno vizinho de 100 hectares contendo o pico do morro Spitzkopf, formando uma área contínua de 500 hectares.

1952: em julho, Udo Schadrack registra, junto à então Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura, a área de sua propriedade no Morro Spitzkopf como Parque de Criação e Refúgio de Animais Silvestres.

1973: Udo Schadrack afirma que se disporia a doar grande parte de sua propriedade a uma entidade oficial, que garantisse a transformação daquela região em Parque Nacional.

1979: Udo Schadrack publica nos jornais o artigo Alarma, no qual denuncia o início da destruição das florestas nas cabeceiras do Ribeirão Garcia e os riscos, inclusive de agravamento de enxurradas violentas sobre o bairro Garcia, como consequência desses desmatamentos. Udo torna público que estaria disposto a doar grande parte de sua propriedade ao governo, na condição de que a aceitação de tal doação seria o começo da implantação de um Parque Nacional naquela região.

1980: em 05 de junho o Prefeito de Blumenau assina o Decreto no. 1.567/80, o qual, com base no Art. 3º. do Código Florestal Brasileiro, declarou vasta extensão do território ao sul do município como de Preservação Permanente. Este Decreto antecipou no âmbito municipal em 13 anos a proteção que a Mata Atlântica teria, no Brasil, a partir de 1993.

1981: toda a região compreendida pela Serra do Itajaí é proposta, pela primeira vez,  como um Parque Nacional no artigo “Serra do Itajaí: um Parque Nacional? ”, de Lauro E. Bacca, presidente da Acaprena, e publicado na revista “Consciência”, órgão de divulgação da entidade.

1982: o cartão de Natal e de fim de ano da Acaprena é distribuído com a mensagem “Sete Quedas, obra do Criador destruída pelos homens, permanece apenas na lembrança. Não permitamos que isto aconteça com a Serra do Itajaí”. Os sobrevoos e as excursões à região rendiam imagens contundentes de destruição por exploração madeireira e abertura de algumas pastagens que passaram a ser denunciadas pela entidade.

1988: a Empresa Artex S/A – Fábrica de Artefatos Têxteis, que já vinha adquirindo propriedades nas cabeceiras do ribeirão Garcia a partir de 1980, aceitou a proposta de aproveitar essas terras para criar o que foi chamado de Parque Ecológico Artex, com 5.296,16 hectares.

1998: em 17 de abril a Artex firma documento de compromisso público de doação de todas as terras do Parque Ecológico à Faema e à Furb. Em 05 de junho a Lei Municipal aprovada por unanimidade na Câmara de Blumenau criou o Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, ou simplesmente “Parque das Nascentes”.

1999: durante o 50° Congresso Nacional de Botânica, da Sociedade Botânica do Brasil, realizado pela Furb foi entregue ao Ministro do Meio Ambiente o documento solicitando a criação de um parque nacional na região da Serra do Itajaí.

Continua…

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