Francisco Carlos de Araújo Brusque: rumo aos 200 anos de nascimento
No dia 4 de agosto Brusque comemorou 161 anos da chegada do pioneiro grupo de colonizadores alemães. Inicialmente denominada Colônia Itajahy-Brusque, foi em 17/01/1890 que a cidade recebeu o seu nome atual, quando o governador Lauro Müller substituiu o nome São Luiz Gonzaga por Brusque, numa homenagem póstuma ao Conselheiro Imperial Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque, presidente da Província de Santa Catarina à época da fundação da Colônia. O Conselheiro Brusque acompanhou os colonizadores e o primeiro diretor da Colônia, Barão Maximilian von Schneeburg até Itajaí a bordo da corveta “Belmonte”, e empresta o seu nome a cidade.
Francisco Carlos de Araújo Brusque nasceu em Porto Alegre a 24/05/1822, faleceu em Pelotas em 23/09/1886 e quando o município comemorou 138 anos de fundação, seus restos mortais foram para cá transladados. O cronograma do translado iniciou no dia 31/07/1998, com a viagem de Pelotas a Brusque. A urna fúnebre de aço, envolta em madeira, percorreu de avião os 840 quilômetros entre as cidades, acompanhadas do historiador Paulo Vendelino Kons, presidente da comissão de translado, e de Francisco Carlos Couto de Moraes, bisneto do Conselheiro Araújo Brusque.
No final de semana, dias 1 e 2 de agosto, os restos mortais ficaram guardados na 1ª Companhia do 10º Batalhão da Polícia Militar. Na tarde do dia 3, a urna partiu para a Praça das Bandeiras em frente ao prédio da Prefeitura de Brusque, em carro aberto especialmente decorado e remodelado. Foi acompanhado de uma guarda de honra formada por integrantes do Exército e da Marinha, com trajes que se assemelhavam ao período imperial. Na terça-feira, 4 de agosto, seguiu em desfile até a igreja São Luiz Gonzaga, no centro, onde foi realizado um culto ecumênico antes do sepultamento no mausoléu. A homenagem foi realizada na gestão do sr. Antônio Cervi, presidente da Sociedade Amigos de Brusque (SAB).
Os restos mortais foram sepultados no mausoléu que está no jardim do Museu Casa de Brusque, Museu do Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim, responsável pela gestão e preservação do patrimônio histórico material regional, em um monumento de concreto, mármore e bronze. Com o Conselheiro Brusque, também estão sepultados sua esposa Cecília Amália de Azevedo Brusque, a nora Crescência Botelho Brusque, os filhos Francisco Carlos, Arthur, Heráclito, Cecília e Francisca, e sua escrava alforriada, Martinha Alves Penna.
No último dia 23 de setembro, o lançamento de um selo comemorativo personalizado e a colocação de uma coroa de flores no mausoléu Brusque, no jardim do Museu Casa de Brusque, marcaram os 135 anos de falecimento do Conselheiro Francisco Carlos de Araújo Brusque (1822-1886). A homenagem faz parte da programação do Clube Filatélico Brusquense de homenagear personalidades ligadas à história da cidade e o evento comemorativo foi uma parceria entre o Museu Casa de Brusque, o Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE e o Clube Filatélico Brusquense, com o apoio da Prefeitura. A noite também marcou o lançamento do Anuário Notícias de Vicente Só – edição 2021, publicação da Sociedade Amigos de Brusque, mantenedora do museu.
Em 1890, ao se denominar o município com o nome Brusque, cumpriu-se o que fora dito ao Conselheiro Araújo Brusque em 1860, quando se tentou persuadi-lo a, sem êxito, denominar a novel colônia de ‘Colônia Brusque’: “O país e os vossos descendentes terão orgulho um dia, quando, com o correr dos tempos, progredir esta colônia e, sempre que for pronunciado o seu nome, a lembrança de seu fundador despertará mais e mais”. E assim é. Então, que se iniciem os preparativos da cidade para, no dia 24 de maio de 2022, festejaremos os 200 anos de nascimento de Francisco Carlos de Araújo Brusque.