Derrota em Pernambuco acende sinal amarelo no Brusque
O Brusque voltou a jogar mal, perdeu a segunda partida seguida, e deu adeus a R$ 600 mil que seriam muito importantes para o caixa do clube, em tempos de pandemia. A derrota para o Retrô acende o sinal amarelo: o time foi de uma apatia tamanha no ataque que fica difícil enxergar uma solução no horizonte: com Thiago Alagoano super marcado e sem uma segunda opção na armação, Bruno Mota tendo problemas na área, Marco Antônio fora de combate por um bom tempo e com Andrew e Bruno Alves tendo atuações discretas, o time precisa voltar a ter intensidade ofensiva, pra ontem.
Falando do jogo em si, penso que o técnico Jerson Testoni, em um jogo único eliminatório, demorou demais pra mexer o time, ainda mais com Bruno Mota sendo, mais uma vez, peça apagada lá no comando de ataque. Começou o segundo tempo com o mesmo time, e só foi mexer mais na frente, quando colocou Junior Pirambu para ser mais uma opção de bola aérea. Muito pouco. O goleiro do Retrô não fez nenhuma grande defesa. A presença de Ianson em campo também poderia ser questionada: ele estava há um bom tempo sem jogar e precisaria de ritmo de jogo
A classificação não veio, é hora de virar a página e focar no campeonato estadual, sempre visando a Série B lá na frente. Domingo, o time do Brusque tem uma grande oportunidade de driblar a descrença enfrentando o Avaí, que será uma adversário seu no Brasileiro, no Augusto Bauer.
O time de Claudinei Oliveira é daqueles que buscam marcar bem, para num segundo momento buscar o gol. Ele deve fazer o que todo mundo está fazendo contra o Bruscão: marcação cerrada em Thiago Alagoano, para forçar saídas nas beiradas, restando ao time somente a bola aérea.
Isso precisa mudar. O time precisa oferecer variantes. Chegaram jogadores que, na minha opinião, estão subutilizados, como Tinga e Alex Ruan. É necessário reanalisar todo o cenário. Não dá pra ter titular absoluto. Tem que colocar em campo quem é melhor, por mais que tenha que ser tirado alguém que tem mais tempo de clube. Ainda não é momento para terra arrasada: tem tempo até o fim da primeira fase do Estadual. Mas esse reestudo do time tem que começar agora. Viver às custas só do Thiago Alagoano não está dando certo. O time precisa ter novas alternativas de jogo.
Perda
Se por um lado Edu está próximo do seu retorno aos jogos do Brusque, o time perdeu Marco Antônio por um bom tempo, devido a uma ruptura de ligamento no joelho. Na partida contra o Retrô, Jersinho optou por usar Andrew na posição, que lutou bastante, mas não teve brilho. Inevitavelmente, o time terá que ir ao mercado atrás de um jogador pro setor.
Arena
O jogo Retrô x Brusque me deu a oportunidade de conhecer a Arena Pernambuco, e saber porque ele é considerado um dos elefantes brancos da Copa de 2014. O estádio é lindo, com certeza. Mas é longe demais do Recife, onde os três grandes clubes da cidade possuem suas casas em localização bem mais próxima. A Arena fica a nada menos que 30 km do centro da capital, em uma avenida congestionada, o que desencoraja o torcedor a encarar uma verdadeira viagem pra ver seu time mandar um jogo. É como se o Brusque tivesse seu estádio no centro de Itajaí.
Tabela
Salvo alguma surpresa, a tabela do Brasileirão da Série B sai na semana que vem.
Vai e vem
Os clubes catarinenses já avisaram que vão dar um jeito de terminar o campeonato estadual de qualquer jeito, driblando os decretos municipais. Já que o Governo do Estado sinaliza que não vai mandar parar os jogos, vai ter muito time mandando partida fora da sua cidade. O Joinville, por exemplo, fará seu terceiro jogo seguido em Brusque amanhã, o segundo como mandante. O tricolor da Manchester enfrenta o Concórdia às 4 da tarde, uma vez que a prefeitura joinvilense baixou decreto proibindo as partidas. E há a possibilidade de mais partidas no Gigantinho. Quem tá sorrindo é a diretoria do Carlos Renaux, que garante um dinheiro bom com os alugueis para esses jogos transferidos.