X
X

Buscar

Clubes lidam com Covid, calendário e até a seleção

Quem disputa o Brasileirão, com suas viagens por todo o país sabe que, necessariamente, não terá em campo na próxima partida o time idealizado pelos seus treinadores. É necessário primeiro fazer o teste da Covid, que vem desfalcando sistematicamente todos os clubes. Depois, tem que ver a parte física, já que o calendário com suas […]

Quem disputa o Brasileirão, com suas viagens por todo o país sabe que, necessariamente, não terá em campo na próxima partida o time idealizado pelos seus treinadores. É necessário primeiro fazer o teste da Covid, que vem desfalcando sistematicamente todos os clubes.

Depois, tem que ver a parte física, já que o calendário com suas datas “encavaladas” é cruel e faz até com que um jogador como Everton Ribeiro tenha que vir do Uruguai para São Paulo para fazer duas partidas em 24 horas. Não só ele: Thiago Galhardo e Guilherme Arana vieram de voo fretado para entrar em campo no dia seguinte.

O cenário do futebol durante a pandemia é esse: ninguém vai ter férias de natal e ano novo, vai ter rodada até em 26 de dezembro, com muitos jogadores atuando até o bagaço. A permissão da Fifa em se fazer cinco alterações por partida é justamente para prevenir mais lesões, mas no fim isso apenas ajuda aqueles times que tem um elenco bem maior e qualificado. Para um Brusque, por exemplo, com seu elenco enxuto, não tem muita vantagem.

A maratona está mais ou menos na metade: o Estadual de 2021 vai ser emendado direto com o fim do Brasileirão. Daí já começa o outro campeonato nacional, sem data pra respirar, e férias de verdade só lá no final do ano que vem. A pior parte do desgaste dos jogadores ainda está pra chegar.

Surto

O estrago causado pela pandemia no elenco do Brusque teve continuidade ontem e, vamos combinar, não chega a ser exatamente uma surpresa, se a gente comparar com o que aconteceu com outros times (neste momento, 50 jogadores de clubes da Série A estão afastados). Dessa vez, foram mais seis, fazendo com que o técnico Jerson Testoni tenha que quebrar a cabeça pra tentar montar um time, sem meias e laterais a disposição. É certo que um “Frankenstein” de time estará em campo amanhã, na longínqua cidade de Tombos. Cá entre nós: o resultado de amanhã não vai servir pra nenhuma avaliação, com tanto desfalque no time.

É longe

Tombos, a casa do Tombense, é uma cidadezinha de 12 mil habitantes (praticamente metade de Guabiruba) localizada bem próxima à divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro. Chegar lá não é fácil: tem que descer no Rio e subir uma estrada cheia de curvas que não termina nunca, até chegar no local da partida. O Estádio Antônio de Almeida é bem acanhado, mas tem um gramado excepcional. O clube, atual vice-campeão mineiro, engatou uma boa reação no returno da Série C. Está invicto dentro de casa e fez 11 pontos dos últimos 15 disputados.

Lado bom

Claro que a avalanche de casos de Covid-19 no elenco do Brusque não é notícia das mais agradáveis. O que tranquiliza é que todos estão bem, em casa, e cumprindo o seu isolamento. Mas uma coisa boa dá pra tirar disso tudo: todos os atletas estarão em condição de jogo na última partida da primeira fase, contra o Criciúma. Antes o pessoal ter que se isolar agora do que num jogo decisivo da segunda fase, não é mesmo?

Mas…

Uma coisa precisa ser lembrada, e vamos aqui bater de novo na tecla: se o Brusque tivesse uma divisão de base, poderia recorrer a alguém do time de baixo para preencher o time. Mas essa é uma situação que o clube não tem há muitos anos.