Hesitação do Ministério da Saúde gera corrida de estados e prefeituras pela vacina da Covid-19
Hesitação do Ministério da Saúde gera corrida de estados e prefeituras pela vacina da Covid-19
- Por Raul Sartori
- 07/12/2020
- 13:00
Ministério hesitante
Como tem passado dos limites – e da paciência – a hesitação do Ministério da Saúde na questão da vacinação contra a covid-19, governadores e prefeitos estão procurando o governo de São Paulo, na expectativa de serem atendidos mais rapidamente. Quem mais se adiantou nesses entendimentos é a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), que na próxima quinta-feira vai assinar, em São Paulo, protocolo de intenções da compra da vacina no Instituto Butantã.
Crime
Uma das explicações mais ouvidas e convincentes para o mega assalto em Criciúma: houve uma queda na demanda pelo consumo de drogas devido à pandemia. Paralelamente, em nova estratégia das autoridades policiais, as facções têm sido asfixiadas financeiramente, incluindo confisco de bens, direta e indiretamente, com prepostos ou laranjas. Assim, com a flexibilização de leis armamentistas no atual governo, elas aumentaram seu poder bélico e passaram a investir em grandes assaltos e onde está o dinheiro, os bancos, literalmente.
Vadiagem
A qualificação é forte, mas merecida. É vadiagem mesmo a que patrocina o notório presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Por sua vontade – porque só tem pensado na sua reeleição – a Casa realizou apenas duas sessões nos últimos dois meses. Projetos mais que importantes, como o da reforma tributária, ficam para 2021, e olhe lá. Revoltante.
Assombro
Os brasileiros que pensam assistem, com assombro, o espetáculo ajustado até nas madrugadas entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso para permitir a reeleição dos presidentes da Câmara e Senado, apesar da explicita vedação constitucional. Mas o estranho é que em 22 das 26 assembleias legislativas do país é permitida. Apenas não o é em SC, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco.
Cá e lá
O analista político Ascânio Seleme tomou emprestado do publicitário, roteirista e humorista Antônio Tabet a observação de que a memorável madrugada de terça-feira da semana passada em Criciúma “foi o que os cariocas chamam carinhosamente de quarta-feira à tarde na Tijuca”.
Dinheiro
Passada já quase uma semana, a pergunta ainda está sem uma resposta: quanto os assaltantes levaram do assalto em Criciúma? Fala-se em dezenas de milhões, mas nem o próprio Banco do Brasil consegue responder o que o faz ter tanto dinheiro em caixa se a quase totalidade das pessoas usa cartões.
Descaso
O aumento do volume de lixo plástico é bastante problemático num país onde apenas 1,28% deste material é reciclado, segundo dados da WWF citados pelo Atlas do Plástico, estudo inédito realizado pela organização sem fins lucrativos alemã Fundação Heinrich Böll. A título de comparação, o índice de reciclagem de latas de alumínio chegou a 97,6% em 2019. Enquanto isso o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar está paralisado desde março deste ano devido à pandemia e sem previsão de retorno. Os R$ 40 milhões destinados para esta finalidade até agora não foram desembolsados.
Abuso
Uma lei estadual próxima vai libertar, digamos assim, os milhares de profissionais que prestam serviços de assistência técnica. Estabelecerá um prazo máximo de 180 dias para retirada, pelo proprietário, dos bens móveis por ele entregues para reparo.
Sombras
Difícil acreditar que ainda existam funcionários fantasmas no serviço público, apesar de toda a vigilância e dos mecanismos de delação e denúncia. Mas há, na prefeitura de Lages, e alvo do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), semana passada. Servidor de carreira e vereador, só apareceria na repartição pública para preencher a folha ponto, que é certificada pelos servidores responsáveis. Perguntar não ofende: só lá acontece isso?
Preconceito
Um caso de puro preconceito, por incrível que pareça, de mulher para mulher. Cinthia Ribeiro (PSDB) foi a única eleita entre as capitais do Brasil nestas eleições. Mesmo com experiência de governar a cidade de Palmas, Tocantins, desde 2018, ela conta que ouviu de uma mesma repórter 13 vezes a pergunta se se achava em condições de administrar a prefeitura. Em 2018, Carlos Amastha se afastou para disputar o governo e ela herdou o cargo. Cinthia é mãe, viúva de um senador e hoje é noiva de um pastor.