Bolsonaro e comitiva dão mau exemplo ao não usarem máscara durante férias em SC
Bolsonaro e comitiva dão mau exemplo ao não usarem máscara durante férias em SC
- Por Raul Sartori
- 23/12/2020
- 13:00
Descuido presidencial
O presidente Jair Bolsonaro e familiares estão se descuidando – o que parece normal entre eles, campeões do negacionismo, apesar das críticas generalizadas na mídia – na folga em São Francisco do Sul. Não usam máscara. No boletim de anteontem do governo estadual constava que na bela cidade histórica registraram-se até agora 2.977 casos positivos de covid-19 e 44 mortes. Os Bolsonaro bem que poderiam dar o bom exemplo. Mas essa é outra história.
Descontrole
O Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da UFSC, publicou a 33ª edição de seu boletim com destaque para um artigo dizendo que a transmissão da covid-19 continua sem controle em SC. Bate nas autoridades por se apegarem ao fato de SC apresentar a menor taxa de letalidade do país (consequência) “para justificar certas inoperâncias no controle da pandemia, bem como a adoção de medidas preventivas que caminham no sentido indicado pela ciência”.
Morador de rua
O Tribunal de Contas do Estado fez um detalhado estudo sobre moradores de rua durante a pandemia de covid-19. A novidade revelada é que tal população aumentou 53% nos 19 municípios pesquisados, de março até agora. Na Grande Florianópolis a principal causa para 1.483 pessoas viverem na rua foi o aumento do desemprego e a diminuição das atividades informais.
Marcas
O Poder Judiciário de SC fez uma lista das principais notícias que gerou em 2020. Foram, pela ordem: a pandemia da covid-19, sua revolução tecnológica com a implantação do home office da noite para o dia, e os índices recordes de produtividade. Por isso ganhou o Selo Ouro do Prêmio de Qualidade, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Prêmio Innovare.
Calamidade pública
O Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu estado de calamidade pública em três municípios de SC: Rio do Sul, Presidente Getúlio e Ibirama, atingidas por temporais, que provocaram alagamentos e deixaram centenas de pessoas desabrigadas na última quinta-feira, 17. O reconhecimento é necessário para que recursos federais possam ser enviados ao Estado para ações de socorro e restabelecimento de serviços essenciais. Em portaria publicada em edição extra do Diário Oficial, o ministério também reconheceu situação de emergência em Vidal Ramos e Aurora.
Discurso
De tirar o chapéu a capacidade criativa de Bolsonaro. Sempre disse que não há corrupção em seu governo. Em São Francisco do Sul, diante de um grupo de apoiadores, afirmou que pode haver roubalheira, “devido ao grande número de obras em andamento no país”.
Solidariedade
Apesar de tudo, há ainda solidariedade humana. Familiares e voluntários da própria cidade de Nova Trento, de outros municípios de SC e até de outros estados se juntaram, há pouco mais de seis meses, para conseguir R$ 12 milhões, que é quantia exigida para compra do medicamento chamado Zolgensma, produzido nos Estados Unidos, que custa US$ 2,125 milhões, para garantir a vida de uma menina da cidade, de um ano e quatro meses, que sofre de atrofia muscular espinhal (AME). Até ontem a arrecadação estava em inacreditáveis R$ 9.158.137,97.
Cofre fechado
Divulgou-se aqui, ontem, do impedimento que prefeitos eleitos e reeleitos tem para fazer concursos públicos em 2021, por causa da lei complementar 173. Em Florianópolis, o prefeito reeleito Gean Loureiro, não fez promessas em tal sentido. Pudera. Florianópolis é a quinta capital do país com a maior proporção da sua receita dedicada ao pagamento de servidores: 64,1%. Um absurdo. Mas incomparável com a falida e desgovernada cidade do Rio de Janeiro: 79%. Seu prefeito, o corruptíssimo Marcelo Crivela, foi preso, ontem.
Preconceito
O discurso do politicamente incorreto está entupindo os tribunais e a paciência dos juízes. Em São Paulo, um vereador foi condenado por chamar sua ex-secretária de “véia”. Se isso acontecesse em algumas casas entre maridos e mulheres…
Relações institucionais
Ao menos 946 lobistas têm credencial e podem circular livremente na Câmara dos Deputados. Desses, 353 representam entidades e associações privadas. Outros 593 órgãos ligados ao estado. Há lobistas de estatais, ministérios e cortes, diz o portal Poder360. Imagina-se o que fazem e conseguem.