Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Que dizer?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Que dizer?

Pe. Adilson José Colombi

Na semana passada, neste mesmo espaço, escrevi: “Pode o Estado matar?”. Antes de enviar para o jornal para ser publicado, fui surpreendido pela manchete do UOL (07/05/2017), ao abrir o meu computador: “Menino de 13 anos acorda do coma pouco antes de médicos desligarem aparelhos”. Interessei-me e fui lendo. Logo me veio à mente, o que tinha lido pouco antes, a respeito da recusa da Justiça inglesa de deixar os pais do garoto inglês ser transferido para um hospital do Vaticano para o tratamento de uma doença raríssima. E o garoto morreu, porque a justiça deu a permissão de desligar os aparelhos que o mantinha vivo.

Mas, vamos ao fato em si. Diz o relato: “Um menino de 13 anos que estava em coma no Estado do Alabama (EUA) recobrou a consciência pouco depois de seus pais assinarem a papelada autorizando o desligamento dos aparelhos e a doação de seus órgãos”.

Quem era menino e por que estava nesse estado? “Trenton McKinley sofreu danos cerebrais graves após um acidente com um reboque de automóvel, em março deste ano, na cidade de Mobile. Ele sofreu várias fraturas no crânio. No hospital, médicos disseram aos pais do menino que ele nunca se recuperaria, e que Trenton era compatível com cinco outras crianças que precisavam de transplantes”.

Mas, o mais surpreendente é “um dia antes da data marcada para o desligamento dos aparelhos, Trenton começou a dar sinais de consciência. A mãe do menino, Jennifer Reindl, disse que seu filho já passou por várias cirurgias cranianas – além de ter sofrido falência dos rins e uma parada cardíaca. O garoto chegou a passar 15 minutos sem sinais vitais na mesa de cirurgia durante as tentativas médicas para salvá-lo, afirmou a mãe. Os médicos disseram que ele “nunca seria normal de novo”.

Continua o relato, a mãe descrevendo como o filho recobrou a consciência em março: “À rede de TV americana CBS , Reindl disse que ela concordou em autorizar a doação de órgãos depois de saber que a atitude poderia salvar as vidas de outras cinco crianças. Depois que nós concordamos com a doação, eles tiveram que manter o Trenton vivo para ‘limpar’ seus órgãos para doação”.

“No dia seguinte, estava marcado o último teste de atividade cerebral para determinar o desligamento dos aparelhos. Mas os sinais vitais tiveram um pico, então, eles cancelaram o teste”, conta a mãe. O garoto recobrou a consciência pouco depois de seus pais assinarem a papelada para doação de seus órgãos.

O garoto já voltou a andar e a falar, e até mesmo a fazer exercícios de matemática, mas ainda tem dores nevrálgicas e convulsões. Ele precisará de mais cirurgias para recuperar seu crânio. Apesar disso, a mãe diz que a recuperação é “um milagre.

O próprio Trentou disse, numa entrevista, que pensou estar no céu enquanto estava inconsciente. “Era como se eu estivesse caminhando num campo aberto”, disse o menino. “Não há outra explicação a não ser Deus”, acrescentou ele.

Os dois fatos, envolvendo dois garotos, um inglês e outro americano, levantam questões sérias: quem tem o direito de decidir a respeito da vida? A Ciência será que ela que tem sempre a última palavra a respeito da vida? Será que foi mera coincidência? Ou Deus continua a falar, hoje, de muitos modos? O Estado pode decidir sempre de modo absoluto a respeito da vida de seus cidadãos (ãs)? E outras mais. Que dizer?

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