Programa busca voluntários para acolhimento de crianças em Brusque; conheça o serviço
Serviço Família Acolhedora foi implantado em Brusque em 2012
Serviço Família Acolhedora foi implantado em Brusque em 2012
O programa Família Acolhedora em Brusque, que faz parte da política de Assistência Social, está em busca de voluntários para o acolhimento de crianças. O serviço, que é federal, é regulamentado pelas prefeituras de cada cidade. O programa foi implantado em Brusque em 2012 e, atualmente, há apenas duas famílias cadastradas.
O psicólogo técnico do Família Acolhedora, Adriano de Souza, afirma que o serviço foi divulgado recentemente e mais famílias demonstraram interesse em ingressar no programa. Entretanto, a iniciativa acabou não se concretizando.
As duas famílias que fazem parte do serviço atualmente estão há um ano e meio como voluntárias. No momento, apenas uma família está acolhendo uma criança. A outra criança que estava acolhida retornou recentemente à família de origem. As crianças que não ficam com famílias acolhedoras são mantidas em alguma instituição, como o Lar Sagrada Família, por exemplo.
O acolhimento é temporário, ou seja, é diferente da adoção. O tempo que a criança ficará com a família é pré-determinado pelo juiz da Vara da Infância e Juventude. A família que deseja ingressar no serviço precisa passar por alguns processos até ser considerada apta para o acolhimento.
As crianças que chegam ao programa são sempre em decorrência de medidas judiciais que retiram a tutela dos pais em caso de alguma violação de direito, como abandono ou negligência. Após ser comprovada a violação, a criança é retirada da família de origem e passa para o serviço de acolhimento.
“O ato de ‘retirar’ a criança é para que a família de origem consiga se estruturar para recuperar a criança ou o juiz avalia se ela vai para adoção ou algo semelhante. Então, a família acolhedora fica com a criança por um tempo pré-determinado, que pode variar entre semanas, meses ou até dois anos, este que é o prazo máximo”, esclarece Adriano.
A secretaria possui uma equipe técnica que atua no programa, mas Adriano ressalta que há poucas famílias voluntárias. O psicólogo comenta, ainda, que casais héteros, homossexuais, famílias monoparentais, entre outras variações, podem fazer parte do serviço.
“É um serviço muito bonito. Quem entra, não se arrepende. Porém, as pessoas não conhecem. Então, a nossa maior dificuldade é na divulgação, para levar até as pessoas este conhecimento”, diz.
O programa abrange crianças e adolescentes de zero a 18 anos. Entretanto, em Brusque, as instituições acolhedoras recebem apenas crianças até 12 anos, antes de entrarem na adolescência. A família recebe um subsídio mensal como auxílio.
1° Cadastro
O primeiro passo para que a família que tem interesse em acolher uma criança concretize a entrada no programa é o cadastro. É necessário que os voluntários procurem o psicólogo Adriano na Secretaria de Desenvolvimento Social, pelo telefone (47) 3251-1834 ou pelo e-mail familia.acolhedora@brusque.sc.gov.br.
2° Triagem
Após o cadastro em que os voluntários incluem todas as necessidades e o “perfil” das crianças que podem acolher, como a faixa etária, a família passa por uma triagem, em que começa a ser avaliado a aptidão dos voluntários em receber a criança. Os servidores da secretaria visitam a família e verificam se há condições de segurança e estrutura para o acolhimento.
3° Capacitação
As famílias em processo de ingresso no programa passam também por uma capacitação, tendo em vista que terão a tutela e todos os deveres legais da criança durante o período em que ela estiver acolhida, bem como fornecer educação e saúde.
O casal de voluntários Adriana Beuting dos Santos e Flávio Luiz Ribeiro dos Santos é um dos que fazem parte do programa Família Acolhedora. Desde que passaram a ser voluntários do serviço, eles, juntamente com as duas filhas do casal, acolheram três crianças.
“Tem sido um desafio que tem impactado positivamente a vida de nossa família. Poder cuidar e marcar a vida dessas crianças é o que nos encoraja a prosseguir. Elas têm marcado nossas vidas, e a cada momento temos entendido o real propósito que estamos sendo parte”, afirma Adriana.
O primeiro acolhimento de Adriana e Flávio foi de uma adolescente de 13 anos, que ficou por um mês com a família. Depois, uma menina de um ano e oito meses, permanecendo por dois meses. Eles atualmente acolhem um bebê recém-nascido, que tinha sete dias de vida quando foi acolhido. O casal está há dois meses e meio com a criança.
“Conhecemos o programa por indicação de amigos e, observando a realidade da orfandade que assombra o nosso país, decidimos ser parte, para, de alguma forma, colaborar na formação daqueles que estão sendo privados dos seus direitos básicos”, comenta.
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