Por Eliz Haacke
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Um acontecimento inesperado em um momento turbulento. É assim que pode ser definida a reviravolta que aconteceu na vida de Rosana Pereira, de 46 anos, em 2015. A moradora do bairro Limeira Baixa iniciava o tratamento contra o câncer de colo de útero recém descoberto quando recebeu a notícia de que estava grávida.
A mulher conta que realizava os exames iniciais para cirurgia de retirada do órgão quando os médicos identificaram a gestação. A gravidez não era nem um pouco planejada, pois Rosana já tinha 39 anos e era mãe de três, duas meninas e um menino.
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Prestes a completar 40 anos, a costureira viu a vida dar uma cambalhota e precisou encontrar forças para lidar com a situação. A gestação era considerada de alto risco devido à idade e o câncer.
Os médicos pediram para Rosana fazer repouso e a mulher precisou ficar encostada para evitar problemas maiores. O tumor estava na fase inicial, mas poderia implicar em riscos para a bebê e a mãe.
A cirurgia para retirada do tumor precisou ser adiada e, devido à gravidez, Rosana não pôde fazer radio ou quimioterapia. Restou apenas o acompanhamento médico, que era frequente.
Não bastasse a delicadeza da situação, ao longo de toda gravidez, Rosana foi alertada pelos médicos sobre os riscos dela ou da criança não sobreviverem. Caso o bebê chegasse a nascer, o receio do médico era da criança ter alguma sequela, como má formação, por exemplo.
No dia 25 de maio de 2016 a quarta filha de Rosana nasceu de parto normal. Vitória foi o nome escolhido pela mãe para marcar toda a história vivenciada por elas. A pequena passou por todos os exames de recém-nascido e os médicos constataram que ela nasceu perfeita.
Após o parto, Rosana teve uma hemorragia. A gravidade do caso fez Rosana retornar para a sala de cirurgia poucos minutos após dar à luz ao bebê para retirar o tumor. O médico disse que a mulher passou por dois partos naquele dia.
Depois de seis meses, a costureira precisou passar por outra cirurgia, para fazer a raspagem do local, semelhante ao procedimento feito após um aborto. A terceira cirurgia ocorreu em Blumenau para retirar o colo do útero.
Felizmente Rosana não precisou fazer as terapias de tratamento, nem após a retirada do órgão. Apesar do câncer e todas as cirurgias enfrentadas, a mãe recorda que conseguiu amamentar a filha normalmente.
Rosana sempre se considerou uma mulher de fé, mas foi na quarta gestação, e a mais difícil, que ela se agarrou em Deus. A mulher conta que encontrou na religião as forças para conseguir sobreviver a esse período turbulento. “Minha fé me salvou e salvou a minha filha”, relata.
“Eu passei por momentos muito tristes, de desespero. Não é fácil quando o médico chega e fala pra ti que você está com câncer. É uma doença que ela vem para matar. Se a gente não se apegar a Deus e não ter fé, realmente ela acaba levando a gente”, conta emocionada.
Hoje, curada do câncer, Rosana não falta nos acompanhamentos médicos, necessários para todos os pacientes que já tiveram câncer. A costureira também comemora que a pequena Vitória é muito esperta e é um dos motivos para ela continuar vivendo. “Quando eu acordo e olho para ela eu tenho mais vontade de viver, pois Deus foi maravilhoso conosco”, conta com sorriso no rosto.
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