A terceira Maibaum foi erguida nesta terça-feira, 1º de maio, porém, a preparação começou muito antes. O processo de quase um ano exigiu dedicação dos voluntários e a colaboração de empresas. Confira as principais etapas:
Escolha da árvore
Segundo Fabiano Siegel, um dos coordenadores do projeto, a triagem da árvore demorou cerca de dois meses. A madeira escolhida para todas as Maibäume de Guabiruba foi o eucalipto.
Para encontrar a planta perfeita, os voluntários se informaram com quem tem conhecimento sobre o assunto. A árvore foi retirada de uma área de reflorestamento do bairro Pomerânia, em julho do ano passado.
Secagem
A árvore media quase 30 metros. Depois de cortada, foi colocada sobre cavaletes, num local plano, no mesmo bairro, para secar em área coberta. Segundo Vandrigo Kohler, também coordenador do projeto, a secagem começou em julho do ano passado.
O eucalipto precisa ser seco para que não envergue. Durante este período, também é feita a limpeza dele e a lavação. A árvore também é toda lixada para ficar sem farpas e mais uniforme.
Retirada da antiga
A 2ª Maibaum foi retirada em 25 de outubro de 2017. Como dita a tradição, a antiga Árvore de Maio foi removida no ano anterior à sua sucessora. Kohler conta que os voluntários tentaram fazer o trabalho no dia 21, mas chovia muito forte.
Os raios e a chuva atrapalharam o processo, que foi terminado no dia 25. Diferentemente do erguimento, a retirada da Maibaum é feita com guindaste, não somente por pessoas. Siegel diz que, antigamente na Alemanha, ela era simplesmente cortada. Isso não é possível em Guabiruba, por isso o uso de uma máquina.
Os pedaços transformaram-se em 35 banquinhos, que foram ofertados na festa de 1º de maio.
Pintura da árvore
Enquanto a antiga Maibaum era retirada, a nova estava nos cavaletes passando por tratamentos. O principal deles é a pintura nas cores branca e azul, como na bandeira de Guabiruba.
Como é usada tinta a base de óleo, é um processo lento. É preciso pintar uma cor e esperar secar, para então fazer o mesmo novamente. Há discussão sobre se a árvore é branca com listras azuis ou azul com listras brancas.
Para Siegel, é azul com listras brancas, já que a base é azul. No entanto, a discussão permanece no folclore popular.
Andorinhas confeccionadas
O erguimento da Maibaum é apoiado pelas andorinhas (Schwalben). São estruturas formadas por duas estacas que funcionam como uma tesoura. Para uni-las, existe uma corda com amarração específica para aguentar o peso.
No caso de Guabiruba, as andorinhas também são feitas de eucalipto. São confeccionadas com madeira comprada com o dinheiro da associação e dos patrocinadores.
Os eucaliptos passam por secagem igual a Maibaum, mas por um tempo menor, porque, se ficarem ressecados, podem quebrar com o peso. A amarração das cordas foi feita por Siegel alguns dias antes do 1º de maio.
Também foi traspassado um ferro em cada lado, para que servissem de apoio para quem estava erguendo.
Confecção das placas
A terceira Maibaum possui 43 placas – uma a mais do que no ano anterior. As placas levam as logos das empresas patrocinadoras ou brasões das famílias. Há, ainda, alguns espaços reservados a companhias que ajudam a cultura da cidade.
Desta vez, as placas são metade de madeira nobre e metade de pinus tratado. Siegel explica que não pode haver emendas, por isso foram compradas tábuas largas. Cada placa mede 50 centímetros de largura por 65 cm de altura.
A pintura foi feita por voluntários e por pessoas contratadas. É um processo longo, pois é preciso pintar os dois lados. A tinta é sintética, a base de óleo, para não desgastar ao ar livre. São passadas três demãos de fundo branco antes da tinta colorida.
Construção da nova base
Foi construída uma nova base para a terceira Maibaum. Ela leva 7 metros cúbicos de concreto. Segundo Kohler, a ideia é que a base sirva para muitos anos, por isso ela foi feita bem mais robusta do que o necessário.,
Simbolismos
A Maibaum simboliza, em primeiro lugar, a união da comunidade. Mas ela também carrega outros significados. No topo da Árvore de Maio, existe o Wetterhahn (galinho do tempo). Além das placas, a Maibaum também tem as bandeiras da cidade e do Brasil, que são trocadas periodicamente. Há, ainda, um arco de festão e uma placa explicativa e comemorativa.