PPS de Brusque se reestrutura para as eleições de 2018
Partido anunciou filiação de nomes conhecidos na cidade
Partido anunciou filiação de nomes conhecidos na cidade
O Partido Popular Socialista (PPS), sigla de pequena capilaridade nacional, está se fortalecendo em Brusque. No dia 17 deste mês, a legenda anunciou a filiação de nomes conhecidos na cidade, como Michel Belli, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e Guilherme Marchewsky, ex-vereador pelo PMDB.
Partido alinhado à Educação, o PPS não figura entre os grandes partidos do estado, tampouco de Brusque. Por algum tempo teve o vereador André Rezini na Câmara Municipal, mas nesta legislatura não conseguiu eleger ninguém devido ao quociente eleitoral.
Desde o fim das eleições do ano passado, o partido tem se articulado em Brusque. O presidente da executiva municipal, Célio Francisco de Camargo, diz que as conversas com as lideranças têm o objetivo de atrair quadros importantes para o partido.
Atento à aversão do brasileiro à política, o PPS local adota o discurso da “nova política”. Os membros da sigla pregam que não buscam quantidade de filiados – a legenda conta com aproximadamente 200, segundo o presidente -, mas pessoas que integrem o novo momento político.
“Nosso objetivo não é fazer filiações por atacado. Queremos pessoas que vão trabalhar”, diz Camargo.
A história do partido na cidade está intimamente ligada ao Brusque Futebol Clube. Danilo Rezini, um dos fundadores, em 2001, é presidente do clube, André, conselheiro, e Camargo, presidente do conselho.
Neste mês, ocorre a eleição da nova diretoria do PPS de Brusque. A tendência é que haja uma chapa única, com André Rezini como presidente.
Candidaturas
O PPS de Brusque trabalha num projeto de médio prazo que pode levar a legenda a virar protagonista no estado nos próximos anos. O anúncio das filiações contou com a presença do senador Cristovam Buarque e da deputada federal por Santa Catarina Carmen Zanotto, o que demonstra que a cidade é estratégica para o partido.
Michel Belli diz que já conversava com um grupo de pessoas há mais de um ano. A escolha pelo PPS para reentrar na vida política deve-se ao histórico do partido, que tem a bandeira da Educação e na cidade tem nomes conhecidos.
“É um projeto para uma nova política”, diz o correligionário e empresário. Belli já colocou o nome à disposição do PPS para concorrer à Câmara dos Deputados.
A candidatura de Belli a deputado federal representa o primeiro teste dele nas urnas. Ele reconhece que trata-se um grande passo, uma vez que não tem carreira política – foi superintendente da Fundação Cultural de Brusque por pouco tempo.
Outro que é pré-candidato é Guilherme Marchewsky, professor e ex-vereador. Ele foi eleito em 2012 com 2.512 votos, o mais votado naquela oportunidade.
Em 2016, conforme pesquisa contratada por O Município, estava entre os nomes mais lembrados pelos eleitores para concorrer à Prefeitura de Brusque. Contudo, no fim do mandato, anunciou que se desligaria da política.
“O projeto que eu tinha no PMDB não foi construído por todos”, explica Marchewsky. O PMDB optou por se aliar ao PSB, do prefeito Jonas Paegle.
O pré-candidato a deputado estadual já se aposentou e diz que pretende colaborar politicamente com a cidade. “O projeto é representar Brusque no âmbito estadual”.
Novos nomes
Desde que o PPS começou a se articular nos bastidores da política municipal, fala-se da volta de Danilo Rezini ao partido. Rezini foi um dos fundadores da sigla em Brusque, e o filho dele, André, até hoje é filiado.
Camargo, presidente da executiva local, afirma que, de fato, Danilo foi convidado a voltar ao partido. “Convidamos insistentemente”, diz.
No entanto, Danilo é presidente do PMDB na cidade e não quer discutir a mudança de partido, pelo menos, até o fim do seu mandato, segundo Camargo.
O PPS tenta aproveitar o momento de descrédito de grandes partidos, como PMDB, PSDB e PT, para crescer e ganhar projeção. A sigla não foi citada na Lava-Jato e usa isso como um atestado perante o eleitor.
O próprio nome de Cristovam Buarque é tido como um possível candidato à Presidência da República. Segundo Marchewsky, a deputada Carmen Zanotto também pode concorrer ao governo estadual no ano que vem.
Por trás da movimentação do PPS, a despeito de nomes, está um projeto de médio prazo de construção da sigla, que até hoje se manteve à sombra dos grandes. A candidatura de Belli a deputado federal é um exemplo. Sem uma grande força por trás, não tem tantas chances, mas é importante testar o nome visando à Câmara de Vereadores em 2020.