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Poloneses e a busca pela terra prometida

A chegada do primeiro grupo organizado de emigrantes poloneses, em 1869, na Colônia Príncipe Dom Pedro (Brusque) foi um importante e significativo marco, tanto para a Polônia como para o Brasil. Mas, afinal, o que levou os poloneses deixar o continente europeu em busca da terra prometida? Um pouco sobre a história da Polônia Segundo […]

A chegada do primeiro grupo organizado de emigrantes poloneses, em 1869, na Colônia Príncipe Dom Pedro (Brusque) foi um importante e significativo marco, tanto para a Polônia como para o Brasil. Mas, afinal, o que levou os poloneses deixar o continente europeu em busca da terra prometida?

Um pouco sobre a história da Polônia
Segundo alguns historiadores, o Estado polonês foi estabelecido em 966, quando Mieszko I, governante de então, se converteu ao cristianismo. Mas o Reino da Polônia foi fundado em 1025 e, em 1569, foi estabelecida uma associação política com o Grão-Ducado da Lituânia ao assinar a União de Lublin, formando a Comunidade Polaco-Lituana, ou Primeira República da Polônia.

A Igreja Católica Apostólica Romana tinha grande influência nos assuntos da República, e sua economia foi baseada na agricultura. Aos poucos, essa Comunidade deixou de existir, e o território da Polônia foi dividido entre os Impérios Prussiano, Austro-Húngaro e Russo. A Polônia só voltou a recuperar sua independência em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial. Atualmente se considera a sucessora da República das Duas Nações e comemora sua independência no dia 11 de novembro.

O Império Prussiano e a anexação de territórios poloneses
Na divisão do território polonês a Prússia, que já detinha parte de Brandemburg, ficou com o prolongamento do território de Brandemburg que ficava do lado polonês, e anexou a seu território mais cinco províncias polonesas. Segundo Cléverson Israel Minikovky (No livro O Imigrante Polonês), em 1618 o Império Prussiano anexou ao seu território a Prússia Oriental (em alemão Ostpreusen, em polonês Prusy Wschodnie). Em 1648, anexou a Pomerânia (em alemão Pommern, em polonês Pomorze). Em 1742, anexou a Silésia ao seu território (em alemão Schlesien, em polonês Slask).

Em 1772, anexou a Prússia Ocidental (em alemão Westpreusen, em polonês Pruzy Zachodnie). E, em 1795, a Prússia anexou Poznam (em alemão Posen, em polonês Ksiestwo Poznanskie). Durante o domínio prussiano, os cartórios adotaram a grafia germanizada, com y, o que alterou a grafia de alguns nomes. Assim, por exemplo, o nome Karchzin passou a ser grafado como Karchzyn (curiosidade: em polonês, o dígrafo “cz” pronuncia-se “ch”. Escreve-se, portanto, “Karchzyn” mas, pronuncia-se “Carchin”).

A busca pela terra prometida
No século XIX, sob domínio da Rússia, Prússia, e Império Austro-Húngaro, a Polônia sofria todo tipo de dificuldades provenientes da falta de independência e exploração por parte dos opressores. Sem as reformas necessárias na área rural, com grandes latifúndios e excesso de mão-de-obra, começaram a surgir graves problemas sociais. Os movimentos em prol da independência, que levaram ao sangrenta e mal sucedida Revolta de Janeiro (1863-1864), provocaram mais represálias e fizeram com que muitos poloneses procurassem fugir do país. A miséria, a fome, a falta de quaisquer esperanças de mudança na vida dos mais pobres também era um fator importante na procura de uma nova “terra prometida”.

Ao mesmo tempo, o Brasil procurava meios e pessoas para colonizar suas enormes áreas de terra e desenvolver no seu território uma agricultura variada e relativamente moderna. Os imigrantes poloneses, em sua grande maioria agricultores natos, trabalhadores honestos e perseverantes, encaixavam-se muito bem nas necessidades do país.
E assim se concretizou a vinda dos poloneses ao Brasil.

Dos polônicos que hoje habitam o Brasil, o maior número está concentrado nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. E, apesar de ser a pioneira, Santa Catarina ocupa, nessa lista, o último lugar.