Polícias divulgam números de megaoperação realizada na região de Brusque
Foram presas 18 pessoas ao todo em três cidades da região, sendo 15 envolvidas diretamente com o crime de organização criminosa
Foram presas 18 pessoas ao todo em três cidades da região, sendo 15 envolvidas diretamente com o crime de organização criminosa
A Operação Opus, desencadeada pela Polícia Civil de Brusque nesta quarta-feira, 23, teve continuidade nesta quinta. Uma pessoa foi presa pela Polícia Civil de São João Batista no âmbito da mesma operação, em Tijucas.
Com isso, de acordo com o delegado Alex Bonfim Reis, da Divisão de Investigações Criminais (DIC), da Polícia Civil de Brusque, foram presas 18 pessoas ao todo, sendo sete em Brusque, três em Guabiruba, uma em Tijucas e quatro dentro de presídios.
Além disso, outras duas foram presas em flagrante e outra recapturada pela polícia. Até o momento foram cumpridos 15 mandados de prisão temporária, que tem validade de 30 dias e poderá ser renovada por mais tempo.
A Polícia Civil investiga agora se os dois presos em flagrante e o recapturado têm relação com o grupo criminoso.
Os presos foram transferidos ainda na quarta e na quinta para presídios do estado, conforme determinado pelo Departamento de Administração Prisional (Deap). Os locais não foram revelados por questão de segurança.
Segundo Reis, trata-se de uma organização criminosa bem articulada. “Era uma estrutura empresarial, todos os presos tinham um cargo individualizado. Estamos falando desde os comandantes até os responsáveis por administrar os bairros e a contabilidade”, afirmou em coletiva de imprensa, nesta quinta, ao lado do tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, e do delegado regional de polícia, Fernando de Faveri.
O crime principal apurado na Operação Opus é a formação de organização criminosa. Mas o delegado da DIC destaca que há uma série de crimes que irradiam dessa organização, como tráfico de drogas, porte de arma de fogo, furtos, assaltos e até homicídio.
O homicídio de Roberta Keller, no bairro Nova Brasília, no fim de maio neste ano, tem relação com a mesma organização criminosa. Ela foi brutalmente assassinada e queimada viva por dívidas com um traficante.
O número de presos ainda pode aumentar, segundo o delegado Reis. “É uma primeira etapa, partimos com uma quantia de pessoas determinadas, mas tudo o que foi apreendido abre leque para mais envolvidos”, disse.
Início
Segundo Reis, a investigação começou há cerca de quatro meses, após uma ocorrência de nota falsa no Centro de Brusque. A Polícia Militar e a Polícia Civil atenderam o caso, que desencadeou a operação.
O nome Opus dado à operação deve-se ao formato de arquivo de um aplicativo usado pelos criminosos para trocar mensagens. Segundo o delegado da DIC, tudo começou com essas informações, por isso a escolha do nome.
A integração das polícias foi destacada pelos dois delegados e pelo comandante da PM de Brusque. Participaram da operação 63 policiais civis, 25 militares e o canil, de Blumenau e Itajaí. O número total ultrapassou 90 agentes de segurança.
Atuaram junto na megaoperação policiais civis de nove municípios, sendo de Brusque, Blumenau, Itajaí, Balneário Camboriú, São João Batista, Guabiruba, Gaspar, Indaial e Biguaçu.
A Polícia Militar de Brusque – com a Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam), Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), a Agência de Inteligência – apoiou a operação. O canil K9 de Blumenau e Itajaí também participou.
O delegado regional de Polícia Civil, Fernando de Faveri, diz que a Operação Opus tem o caráter preventivo, para que Brusque não sofra como outras cidades, onde a ação de organizações criminosas é forte. “Uma das metas era apurar organizações criminosas antes que houvesse escalada de violência, como ocorreu em Joinville e Criciúma”, esclareceu.
Faveri diz que a abertura de um inquérito policial para investigar a ação de organizações em Brusque já estava no planejamento estratégico de 2017 e agora se concretizou.
Segundo o delegado regional, o objetivo de coibir a atuação de organizações na cidade é evitar que crimes graves, como homicídio e tráfico de drogas, tornem-se comuns. Hoje, Brusque tem taxas de homicídio de países europeus, ressalta.
O comandante da PM de Brusque ressaltou o esforço das duas polícias no combate ao crime. Com problemas de efetivo em praticamente todas as cidades, a união foi fundamental para o sucesso da Operação Opus, avaliou. A Agência de Inteligência da PM de Brusque auxiliou nas investigações da DIC nos últimos meses.