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Perdendo patrocínio na pandemia, Abel dispensa atletas e busca reestruturação

Equipe infantojuvenil precisou ser liberada, pois clube não pôde mais arcar com despesas de alimentação e moradia

A Associação Brusquense de Esporte e Lazer (Abel/Havan/FME), que possuía times de vôlei nas categorias Iniciante, Pré-Mirim, Mirim, Infantil e Infantojuvenil, precisou dispensar todas as suas atletas que eram de fora de Brusque e região após perder todos os seus patrocinadores durante a pandemia.

Restando apenas os apoiadores que mantêm o clube vivo com a verba encaminhada por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, a diretoria precisou abrir mão de investimentos em que possuía para manter as jogadoras no município.

Entre os objetivos da Abel estava a formação de um time adulto feminino, para voltar a disputar a pirâmide de competições que tem como topo a Superliga. Mas com a pandemia e a crise financeira, o clube foi obrigado a dar um passo atrás, ficando sem a categoria Infantojuvenil feminina. No naipe masculino, seguem times nas categorias Mirim, Infantil e Infantojuvenil (até 17 anos).

“Desfizemos o apartamento e liberamos as meninas. Era um custo que não tínhamos como manter, assim como as despesas de alimentação e viagens. De qualquer forma, a prefeitura segue honrando com o compromisso do bolsa-atleta e do bolsa-técnico”, comenta o coordenador-geral, Luiz Antônio Moretto.

Indiferente da pandemia, o dirigente afirma que a manutenção de um time adulto é fundamental para dar sequências às equipes da base e manter a estruturação do clube de maneira mais sustentável. “O pessoal que vem buscar as jogadoras têm um poder financeiro muito forte. Tem jogadoras nossas, ainda com 18 anos, que passam a ganhar R$ 5 mil”, relata.

Um dos grandes objetivos da Abel é a formação de um time adulto, que só é viável por meio de patrocinadores que invistam mais, e não com os apoios por meio de incentivos fiscais. “Hoje se tivéssemos todas as nossas jogadoras da base [em um time adulto], com certeza disputaríamos títulos de Jogos Abertos e uma Superliga B. Eram jogadoras de altíssimo nível.”

O caminho para a formação e sustentação da equipe adulta, para Moretto, passa pelo envolvimento do poder público. “Nosso presidente, Maurício Thomas, está no Taubaté, atual campeão da Superliga. É um projeto com envolvimento da prefeitura. Acredito que a Fundação Municipal de Esportes conseguiria fazer equipes competitivas sem ter necessariamente verba, apenas com ação política, contato político.”

Além das equipes, a Abel tem os núcleos de escolinhas, que atendem de 400 a 500 crianças. Em 2014, o número chegou a 1 mil.

Calendário

A maior competição da Abel programada para 2020 era o Festival Internacional Cidade de Estrela (RS), adiado para junho de 2021. A equipe brusquense foi campeã em 2017.

A Federação Catarinense de Voleibol (FCV) suspendeu as competições até que haja possibilidade de disputá-las. Moretto acha improvável que haja alguma partida, mesmo com o protocolo da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

“Equipes catarinenses com exceção de Blumenau, que joga Superliga, não vão poder atender às normas, contratando enfermeiras, tirando temperatura, fazendo testes de Covid-19. Ninguém tem condições financeiras.”

As competições da Fesporte, como Jogos Abertos (Jasc), Joguinhos Abertos e Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc), ainda não possuem qualquer definição oficial, de acordo com Moretto.