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Pastor Lindolfo Weingärtner: De alma para alma – Parte final

Finalizando a série de artigos em homenagem ao Pastor Lindolfo, a coluna de hoje tem como tema seus escritos. Conhecido como pastor e professor, poeta e escritor, ele escreveu diversos livros, publicados no Brasil e no exterior, dentre eles, “Fui confirmado, e agora?”. Voltado para jovens, é um dos grandes sucessos da literatura evangélica, com mais de vinte […]

Finalizando a série de artigos em homenagem ao Pastor Lindolfo, a coluna de hoje tem como tema seus escritos. Conhecido como pastor e professor, poeta e escritor, ele escreveu diversos livros, publicados no Brasil e no exterior, dentre eles, “Fui confirmado, e agora?”. Voltado para jovens, é um dos grandes sucessos da literatura evangélica, com mais de vinte edições. Em 2011, publicou o livro: “Inni, um menino da roça”, escrito conscientemente como um final, onde ele compartilhou parte da sua história de vida, um pequeno resumo da sua trajetória.

Dom da escrita
Pastor Lindolfo tinha vários títulos publicados no Brasil e no exterior. Perguntado sobre como desenvolveu esse dom que recebeu de Deus, ele nos contou: “Já quando criança tinha esse dom e compus poemas com dez anos, coisa de criança, é claro. Mais tarde, esse dom natural foi desenvolvido. Eu ajudei, já no final dos anos 50, equipes a retraduzirem os hinos do antigo hinário. Com a edição do novo hinário fiz uma série de traduções do alemão (30 ou 40) e do inglês ao português. Criei coragem para também criar letras próprias. Não pensei em hinos. Foram poemas cristãos, que depois foram descobertos por músicos e pessoas que tinham o dom de criar melodias novas e foram transformados em hinos. A mesma coisa aconteceu com publicações minhas na Alemanha.

Homenagem em livro
Em 2003, Pastor Dr. Lindolfo foi homenageado no livro “Há Sinais de Paz e de Graça”, lançado em Brusque, em comemoração ao 80º aniversário. Organizado pelo Pastor Emérito João Pedro Bruckheimer, o livro contém artigos, prédicas, reflexões e saudações de colegas, de amigos e de alunos do homenageado, que enfocam grande diversidade de temas da teologia e da vida eclesiástica. As palavras da Pastora Sinodal Mariane Beyer Ehrat, na capa do livro, conseguem exprimir com sabedoria o sentimento da igreja em relação ao homenageado:

Lindolfo Weingärtner é um dos Pais da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB. Suas aulas, seus conselhos, sua pregação, sua prosa, seus versos, seus hinos, são de uma profundidade espiritual e teológica ímpar. A sua comunicação sempre é de alma para alma. Suas palavras ensinam a sabedoria de viver (…). Sua vida é testemunho vivo de que este mundo ainda é de Deus.

Eu sei que o meu tempo passou. Estou pronto para o grande mistério
Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor (Romanos 14.7-8).

Lindolfo Weingartner nasceu no dia 27 de agosto de 1923 em Santa Isabel, município de Águas Mornas (SC). Cidadão. Doutor. Pastor. Esposo. Filho. Irmão. Pai. Avô. Bisavô, desviveu em Brusque no dia 20 de março de 2018, aos 94 anos e 6 meses de idade. Gratos pela sua vida e ministério, e consolados pela promessa de Deus “que não poupou o próprio filho, mas o entregou por todos nós” a fim de poder dar-nos “juntamente com ele, e de graça” a vida eterna (Romanos 8.32), o Culto Memorial foi realizado às 9h do dia 8 de abril, na Igreja Luterana do Centro.

E, para fechar a série de artigos que apresentaram, em “pequenas pinceladas”, um pouco de uma grande história, compartilho com o leitor as últimas palavras dele que tive a graça de escutar, em recente visita que fiz ao Pastor e a sua esposa Erna e que, talvez, traduzam uma das últimas sementes por ele plantadas, de “alma para alma”:

“Eu sei que o meu tempo passou. Estou pronto para o grande mistério, o milagre do reino de Deus. Eu sei que vou para um lugar melhor, e já estou até com saudades desse lugar!
E assim ele se foi.