Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Vox Populi

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Vox Populi

Pe. Adilson José Colombi

O Primeiro de Maio, Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, ou ainda, Dia do Operário foi um pouco diferente, neste ano 2021. Estávamos habituados a ver ou presenciar passeatas de várias “cores”, em alguns lugares com a predominância do vermelho e alguns símbolos, que sempre se fazem presentes em quase todos os eventos. Faz parte do seu estilo de vida, desde sua nascença. Mas, esse ano predominou o reaparecimento de um binômio de cores: verde e amarelo. São as cores que representam nossa bandeira e, de certa forma, nossa brasilidade.

Talvez, o motivo principal, segundo alguns, foi a ausência das promoções das Centrais Sindicais. Sempre muito pródigas em todos os momentos, mas sobretudo, no Primeiro de Maio. Era o momento de demonstrar sua força, sua hegemonia, sua influência e outras coisas mais. Mas, agora, sem o financiamento que tinham, em abundância, com o nosso famigerado imposto sindical, que nos era subtraído do nosso fruto do trabalho mensal, não apareceram mais, com sua exuberante presença em avenidas e praças. Secou a fonte, desapareceram os sorteios de carros, comes e bebes de graça (vírgula, pagos pelo nosso imposto sindical), shows fantásticos com artistas e cantores, regiamente pagos, etc… Tudo isso, parece-me que não esteve tão presente.

Portanto, as avenidas, praças e até praias deram o lugar para outro tipo de presenças. Desapareceram os carros de som, as tradicionais “frases de efeito”, sempre presentes em manifestações, as bandeiras estranhas a nossa Cultura, cores vermelhas ou pretas, “slogans”, “palavras de ordem”, enfim, tudo aquilo que já tínhamos na memória de anos anteriores, com pequenos remendos com colorido atualizado. Sem dinheiro para financiar a presença, os “operários” não apareceram.

Como, normalmente, todo “vazio” não dura muito, porque “algo” ocupa seu lugar, então, as avenidas, praças, praias, etc. foram ocupadas com outro tipo de pessoas. Outras cores também se fizeram presentes, como também outros símbolos, palavras e faixas, etc. muito diferentes. O que se viu um povo enorme povoando, em abundância, esses lugares. Sem sorteios, sem artistas bem pagos, sem comes e bebes grátis, sem serem constrangidos a participar, livremente marcaram presença.

Tudo indicou, a meu ver, um “grito de protesto e denúncia” contra certos setores de nossa atual conjuntura político-social. Grito denunciando certos posicionamentos que não são “digeridos” pelo povo. Esse mesmo povo que alguns ainda pensam que está desinformado. Há sim, parcela bastante significativa que está alheia ao que se passa pelo país afora. Mas, essa situação, apesar de certa mídia, engajada politicamente e que era bem servida, em governos anteriores, continuar alheia ao que está acontecendo ou tentando, sutil ou abertamente, negando as mudanças que estão ocorrendo pelo Brasil afora. Inclusive, omitindo ou colocando entre parentes ou ainda tomando pequenos “detalhes” periféricos ao conjunto da manifestação. Era a voz do povo ou “vox populi”, de todas as faixas etárias, camadas socioculturais… Sem dúvida, representava a Nação Brasileira.

No final dessa minha consideração, sempre o caro leitor e estimada leitora, tem o direito de discordar, gostaria de registrar que, em hipótese alguma, seja a favor de tudo o que foi colocado como fins da manifestação, menos ainda que esteja apoiando, cegamente ou incondicionalmente, o governo federal ou estadual. Tanto discernimento penso que tenho. Todavia, não se pode ignorar o que estão fazendo alguns da mídia e a própria direção da mesma, omitir a “voz do povo” que se manifestou, segundo sei, disciplinadamente. Reconheço que os erros administrativos continuam em alguns setores da administração, mas, não é possível que esteja tudo acontecendo de modo errado e prejudicial ao povo. Há sinais de melhora e para beneficiar a mais gente. Talvez o tempo vai dizer.

Sempre é bom olhar os dois lados da moeda.

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