Testemunho de um noivo e de uma noiva
Com frequência, escuta-se alguém afirmando: “essa nossa juventude está perdida, mesmo! ”. Está tudo depravado! Não se respeita mais nada! Só pensam naquilo… E, vai por aí, o rosário de comentários, falatórios. Poucos param para fazer alguns reparos. Será que é bem assim! Pessoalmente, penso que não bem assim. De fato, estamos afeitos a fazer […]
Com frequência, escuta-se alguém afirmando: “essa nossa juventude está perdida, mesmo! ”. Está tudo depravado! Não se respeita mais nada! Só pensam naquilo… E, vai por aí, o rosário de comentários, falatórios. Poucos param para fazer alguns reparos. Será que é bem assim! Pessoalmente, penso que não bem assim. De fato, estamos afeitos a fazer “generalizações”. Sobretudo, nós brasileiros e brasileiras temos, se não nos policiarmos um pouco, essa tendência. Com facilidade, de um fato particular, logo tiramos ilações e, normalmente, fazemos as tais “generalizações” indevidas.
Não é difícil de achar exemplos. Quem não escutou, algo assim ou semelhante: um padre andou realizando algo, fora de sua missão e faz um escândalo, imediatamente, escuta-se: “Os padres são assim mesmo! “. Ou, um médico também cobra algo que não devia e com certo exagero, logo aparece alguém que representa, sem dúvida, um bom percentual, afirmando: “os médicos são todos dinheiristas”. Infelizmente, temos essa tendência. Nenhuma categoria de pessoas escapa. Mas, é bom se deixar educar e sermos mais realistas e mais fiéis à verdade, portanto.
Com os (as) jovens não é diferente. Todavia, a ACI, no dia 25/10/21, noticiou que Guido Rossi, um jovem italiano, noivo de Sandra Sabattini, formavam um casal diferenciado. Sim, pelo seu estilo de vida. Mostrando, ao mundo, que não procedem aquelas generalizações costumeiras. Há muitos jovens, no mundo e no Brasil, como na nossa Região também que fazem a diferença. Tem um estilo diferenciado de outros que, de fato, não levam a vida a sério, com responsabilidade e maturidade para sua idade. Não se pode julgá-los, menos ainda condená-los. São muitas as causas dessa situação.
Esse casal de noivos, porém, virou notícia porque a noiva Sandra Sabattini, no domingo 25 de outubro deste ano, foi beatificada, em Roma. Tornou-se, assim, a primeira noiva da História, a ser beatificada. A primeira noiva a ser elevada aos altares. Guido e Sandra se conheceram, em 1979, namoraram como qualquer casal que se prepara para a celebração e vivência do Sacramento do Matrimônio. Noivaram, só que em 1984, um acidente de trânsito acabou com a vida e o noivado de Sandra e Guido.
Sandra se matriculou na Universidade de Bolonha para estudar medicina. Nas horas vagas e nas férias, dedicava-se ao cuidado dos doentes. Com uma intensa vida de oração, o terço diário e a meditação diária da Palavra de Deus. Sandra também tinha o hábito de participar com assiduidade das Celebrações Eucarísticas. A experiência com os pobres e sua espiritualidade madura e participativa da vida da Igreja, conseguiram envolver o noivo numa vida de testemunho da fé e na missão.
Tinham um grande ideal casar e ir realizar um sonho que sonharam juntos na preparação para o casamento: “ir à África para ajudar os ‘últimos dos últimos”, segundo e seguindo a espiritualidade que cultivam juntos, como casal cristão católico.
No dia da Beatificação de Sandra Sabattini, o noivo estava presente, não teve dúvida em afirmar “A minha vida esteve marcada pela Sandra, com a sua vida e com a sua morte. Depois de um período não isento de dificuldades, mas certamente belo e profundo, me vi claramente com duas casas no caminho, a de sua família e a minha, enquanto o resto continuava em pé”, contou Guido, que agora é diácono casado e tem dois filhos.
Há esperança em muitos jovens de viver a vida que faz diferença. E não são poucos.