Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Ser mãe, um grande mistério

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Ser mãe, um grande mistério

Pe. Adilson José Colombi

O ser humano é um dos grandes mistérios da Criação de Deus. Não poderia ser diferente, já que, segundo a Antropologia judaico-cristã, todo ser humano, homem e mulher, é criado à “imagem e semelhança de Deus”. Portanto, imagem e semelhança do Mistério, por excelência. Por mais que alguém pense ou queira se conhecer ou ser conhecido por outro, jamais conseguirá.

Sempre permanece algo, em seu santuário interior, inteiramente inexplorável. Isso é própria do mistério que, por natureza, é uma realidade, conhecida em parte, não, porém, totalmente, porque deixaria de ser mistério. Vivemos rodeados de mistérios. E, muitas vezes, deixamos de nos perceber como mistério. Acontece, também, com o outro que vive e convive conosco. Por isso temos dificuldade de conviver com os nossos semelhantes. De nos comunicar eles.

Se toda pessoa é um mistério, a mulher é um grande mistério, sobretudo, pela sua capacidade natural de ser mãe. A maternidade é, sem sombra de dúvida, um dos grandes mistérios da natureza. E que mistério! Essa maternidade não acontece somente ao ter consciência de hospedar, em si um novo ser humano, potencialmente, completo, em fase de maturação para vir à luz e ocupar seu lugar único, neste mundo.

Não é estritamente necessário passar por essa experiência de maternidade fisiológica para ser mãe. Para ser mãe, é suficiente ser mãe, sentir-se mãe, saber-se mãe, querer ser mãe. Essa atitude desperta o mistério da maternidade inato em toda mulher. O amor maternal desperta e se alimentado adequadamente faz maravilhas, produz gestos que encantam o mundo. Um amor incomparável e capaz de comportamentos descomunais que não têm similares.

Creio que esteja, aí, o segredo da segurança que um filho/a experimenta no colo ou agarrado à mãe, por mais frágil, franzina que seja fisicamente a mãe. É a força do mistério da maternidade, vencendo a qualquer medo, seja na mãe, seja no filho/a. Ele faz de uma frágil mulher fisicamente indefesa, uma heroína capaz de gestos indescritíveis e de sacrifícios que, aparentemente, superam a capacidade humana. O mistério da maternidade é a forma mais próxima, pura, poderosa do Amor de Deus.

Certamente, administrar a contento o mistério da maternidade, com maturidade e sabedoria não é tarefa tão fácil. Exige doses de renúncias e sacrifício, com certeza, mais do que na administração de outros mistérios de nossa vida. Creio, porém, que quem tem a graça de experimentá-lo na sua inteireza, adquire algo que escapa a toda e qualquer maneira de expressá-lo por palavras e até por outros símbolos. Tudo o que se possa dizer, será sempre uma pálida “imagem” da profundidade desse mistério.

Por isso, mãe, você teve a graça de experimentar, em si mesma, o mistério de ser mãe, agradeça diariamente esse dom, que a fez sentir-se mais perto do Deus, Criador de tudo, que é Pai e Mãe, e quis partilhar com você, mãe, esse dom da maternidade, dando-lhe a capacidade da administração da vida, pelo exercício de sua sexualidade, compartilhada com seu companheiro de vida. Seja sempre grata. E a melhor maneira de sê-lo, seja aquela mãe que seu filho/a ou seus filhos/as a queiram para toda a sua vida, como uma segurança e expressão humana e visível do Amor de Deus, entre nós.

E, nós filhos e filhas, sejamos também gratos pela mãe que nos chamou à vida e nos deu a condições primeiras para que pudéssemos experimentar o mistério da maternidade, concretizado no nosso existir. Obrigado, Senhor pela mãe que tenho já no Céu.
Um abraço e um beijo fraterno em todas as mães!

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