Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Qual a consequência do meu voto?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Qual a consequência do meu voto?

Pe. Adilson José Colombi

É sempre bom lembrar que o Brasil é uma República Federativa. Nesse regime político, o governo é exercido por três poderes independentes e harmônicos entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário. Ao menos, está assim na Constituição Brasileira que tem que reger toda a nossa vida nacional e internacional. Esses poderes são exercidos em quatro níveis: Federal, Estadual, Distrital (Distrito Federal) e Municipal.

As eleições deste ano (2020), contemplam o nível municipal. Pois, vamos escolher os candidatos para o Executivo (Prefeito (a) e Vice) e Legislativo municipal (vereadores e vereadoras). O Poder Executivo administra a vida do Município, em suas várias dimensões. O poder legislativo legisla a respeito do que é necessário para conduzir a vida municipal, em vista do bem comum. Cada candidato que elegemos, de alguma forma, vai afetar nossa vida pessoal e coletiva, dentro do âmbito municipal. Daí a importância de se ter presente que minha escolha não será, apenas, uma preferência pessoal minha, mas tem que ser levado em conta, também, o bem comum da vida municipal para todos, sem exceção.

A Igreja Católica não apoia nenhum partido ou candidato no Brasil. Se alguma Comunidade Cristã ou padre ou leigo/a o fizer, estará fazendo em nome próprio e é responsável pelo seu gesto. Ninguém tem procuração para falar e orientar, em nome da Igreja, na vida política do Município, em nome da Igreja. Tal posicionamento não exime ninguém do compromisso político. Com efeito, o exercício correto, consciente e livre, da política contribui para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, proposta pelo Evangelho.

Por isso, auxiliar na busca do bem comum é missão de todos, sem distinção de etnia, religião, nível sociocultural. O meu voto tem que ter presente a dimensão do seu alcance para ser verdadeiramente, uma contribuição para a vida do Município e não, apenas, pessoal ou de grupos partidários ou não.

Já o papa Paulo VI dizia: “Tomar a sério a política, nos seus diversos níveis, local, regional, nacional e mundial, é afirmar o ser do homem, de todos os homens de reconhecerem a realidade concreta e valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada, para procurarem realizar juntos o bem da liberdade, da nação e da humanidade. A política é uma maneira exigente, se bem que não seja a única, de viver o compromisso do serviço aos outros”.

A prática política no Brasil infelizmente, desde a ascensão ao poder central do PT, foi-se estabelecendo sempre mais a polarização. Esta palavra pode ser entendida como a concentração numa única direção ou aspecto. No âmbito político, trata-se do pensamento ou postura numa única direção, fechando o diálogo. No Brasil tem dois extremos: “direita” e “esquerda”.

Poucos sabem bem o alcance dessas palavras. Inclusive, alguns candidatos. Todavia, ficam bradando aos quatro ventos que o são ou são taxados como tais. Esse modo de proceder é prejudicial à própria política, à democracia, pois conduz à intolerância, à violência, ao comprometimento da liberdade de expressão.

O bom seria se prevalece a discussão de ideias, de opiniões e de pontos de vista diferentes, com programas de governo, bem estruturados, organizados para propor a fim de melhorar a qualidade de vida, em todos os níveis, de todos os que são afetados pela eleição. Cada candidato oferecer seu plano de governo, para submetê-lo ao eleitor (a).

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