Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Por que Deus não me ajuda?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Por que Deus não me ajuda?

Pe. Adilson José Colombi

Quantas vezes já escutei essa queixa! Outras vezes, as pessoas me questionaram, diretamente, querendo saber o porquê. Mas, a resposta penso que é questionar a pessoa, a respeito do que já tem feito para solucionar o que Deus não tem feito? É, aí, que reside todo o problema. Nós queremos que Deus faça o que é nossa competência realizar.

Pensemos um pouco. Todos nós, no início de mais um Ano Novo, um novo ano de vida, sempre temos sonhos, fazemos promessas, belos propósitos…. Mas, quando se trata de começar a pô-los em prática, vamos sempre adiando. Claro que nada vai mudar, e nossos sonhos, promessas, propósitos permanecem, apenas, em belas iniciativas, desejos, sem alteração alguma. Somos bons sonhadores/as.

Outros, ficam pedindo a Deus que intervenha em sua vida e resolva o que os/as está afligindo. Claro que nada vai mudar. Vai continuar sempre no mesmo estado ou até piorar. Por que será? Fácil de saber: Deus jamais vai executar algo que o ser humano, homem ou mulher, pode, com suas capacidades, recebidas gratuitamente do mesmo Deus, dar uma resposta ao que aspira realizar para sua vida ou para a vida de alguém que quer auxiliar. Para isso, Deus nos capacitou com os dons mais variados, desde sentimentos nobres, inteligência, vontade e, sobretudo, liberdade para nos conduzir e de saber escolher ou optar pelas melhores vias para dar sentido ao nosso existir e auxiliar também aos outros a conseguir encontrar os caminhos para a sua vida.

Alguns/mas até tentam! Só que essas tentativas são tão reduzidas que não surtem efeito. Pensam que por repetir algumas vezes o que pretendem alcançar vão conquistar a vitória. Costumo dizer as pessoas que tal medida seria como um/a atleta olímpico/a, imaginemos um/a nadador/a, entrasse numa piscina, treinasse dez dias, oito horas, e fosse para a Olimpíada, querendo conquistar a medalha de ouro. Claro que o fiasco seria amazônico! Para ganhar a tal medalha de ouro (o sonho de todo atleta/a), quanto treino, quanta repetição da mesma atividade, quanta renúncia, quanto sacrifício, quanta resiliência, quanta dedicação… Tudo isso, o atleta/a não pede a Deus para fazer acontecer a vitória e a conquista da medalha de ouro. Sabe que é fruto de suas capacidades e de muita dedicação e empenho dele/a e de seus auxiliares.

Depois de fazer tudo o que estiver ao meu alcance, posso e até é bom pedir a Deus que me auxilie a realizar o que, de fato, treinei com afinco para conquistar o que me prometi, sonhei para mim ou prometi para alguém. Deus, em sendo um Pai bondoso e amoroso, certamente, vai dar a sua “ajudazinha” para a consecução do objetivo ou meta desejados. Todavia, jamais vai interferir, em nossa vida, realizando o que é de nossa alçada fazer. Deus sempre respeitou sua criatura, não será dessa vez que vai agir de modo diverso, para contentar alguém que não fez o que devia fazer.

A atitude do/a atleta que busca a conquista da medalha de ouro tem que ser a medida de todas as nossas aspirações, sonhos, seja na vida familiar, educacional profissional, numa palavra, em todas a dimensões da vida humana. Sem esquecer a vida espiritual. Nessa, o empenho tem que ser redobrado, porque a concorrência é forte.

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