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O Ser humano e a Religiosidade (4)

Percebemos que, a partir do final da Idade Média e com a Renascença ou Renascimento, no Século XVI, o ser humano começa a ser posto como eixo e centro da vida da Sociedade e da Cultura. O Naturalismo e o Humanismo (Natureza e Ser Humano) começam, pouco a pouco, ocupar o lugar do Teocentrismo (Deus). […]

Percebemos que, a partir do final da Idade Média e com a Renascença ou Renascimento, no Século XVI, o ser humano começa a ser posto como eixo e centro da vida da Sociedade e da Cultura. O Naturalismo e o Humanismo (Natureza e Ser Humano) começam, pouco a pouco, ocupar o lugar do Teocentrismo (Deus). O foco da pesquisa não é mais a Metafísica (o Ser), mas Epistemologia ou Gnosiologia (o Conhecer).

A partir de agora não é mais o “o que”, mas “o como”, o enfoque da pesquisa. Abre-se, então, o caminho para a Epistemologia ou Teoria do Conhecimento (Razão), a Metodologia (caminho do conhecimento) e a Ciência e a Técnica (Experiência). A autonomia da Ciência, frente à Filosofia. O que conta, agora, é “o conhecer” (Ciência) e “o transformar” (Técnica”). Não é mais só a “Lógica Formal” (Dedução – Método dedutivo), mas a “a Lógica Indutiva – Método Indutivo). Não há mais “certeza absolutas”, fundadas em Valores Absolutos.

Agora, tudo passa pelo crivo da probabilidade. Só é “verdade” o que for possível provar, após uma pesquisa científica. O pensar e o agir estão fundados e baseados na Razão (Racionalismo) e na Experiência (Empirismo e Positivismo). A religiosidade não é abandonada, mas, já não terá mais a presença na vida da Sociedade e da Cultura que gozava em séculos anteriores. Por outro lado, faltou preparo e habilidade por parte, sobretudo, dos homens e mulheres da Igreja Católica de conhecer e de aproveitar o que poderia ser até útil das “novas ideias”, para a vivência da fé, sem ferir o Patrimônio deixado por Cristo e a própria rica Tradição da Igreja Católica.

A religiosidade teve impacto significativo com os pensamentos do filósofo René Descartes e do filósofo protestante alemão Immanuel Kant que, com sua Filosofia da Religião, chegou à conclusão de suas “Célebres Lógicas da Razão Pura, Lógica da Razão Prática e Filosofia da Religião”, principalmente, com a obra Religião nos limites da razão: reter só o que é racionalmente crível e moralmente utilizável. A religiosidade é um puro Formalismo: cumprir preceitos e deveres.

Idealismo alemão, principalmente, com Georg Hegel, em sua Filosofia da Religião, elimina a Transcendência: tudo é construído na História, pelo Espírito. Nada de trans-histórico. O ser humano é uma manifestação do Espírito. Estamos no âmbito do Panteísmo. Tudo é deus. Nada além. Tudo é criação imanente do Espírito. Nada trans-natural ou sobrenatural.

A religiosidade, fé, Deus são, praticamente, banidos da Sociedade e da Cultura. Subsiste um deus natural e um ateísmo de vários matizes. A Modernidade, então, não reserva um lugar para os valores da fé, sobretudo, cristã.