Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

O que pretendia Jules Rimet?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

O que pretendia Jules Rimet?

Pe. Adilson José Colombi

É tempo de Copa do Mundo de Futebol. Como começou? Quem foi o idealizador? O que pretendia? Onde buscou inspiração? Bem, formulei várias perguntas. Certamente, existem outras que mereciam alguma consideração. Fico com essas. O sujeito que começou essa bela iniciativa mundial foi Jules Rimet. Talvez, nem todos têm lembrança: quem foi Jules Rimet. Bem, esse senhor francês foi quem teve a iniciativa de criar a Copa do Mundo de Futebol. Nascido em 14 de outubro de 1873 na aldeia francesa de Theuley.

Quando era criança, serviu como coroinha na igreja católica local e, aos dez anos, mudou-se para Paris, pois a sua família estava procurando uma oportunidade de ter uma melhor qualidade de vida em meio à crise econômica.

De onde ele intuiu a ideia de fundar a Copa do Mundo da FIFA (Fédération Internationale de Football Association) – (Federação Internacional de Futebol Associado ou FIFA), em 1904? “Segundo informou o Catholic Herald, quando em 1891 o papa Leão XIII lançou a sua encíclica Rerum Novarum, Rimet e seus amigos se sentiram questionados pela preocupação do papa ante a miséria na qual viviam as classes trabalhadoras e pela falta de reformas trabalhistas.

Rimet e colegas jovens perceberam que os trabalhadores possuíam poucas opções de lazer e, sobretudo, de práticas de esportes. Pensaram em oferecer essa possibilidade que fosse acessível, inclusive aos operários, sem grandes recursos e disponibilidade de tempo.

“Inspirados pelo texto do Papa, o rapaz (Rimet) e seus companheiros fundaram uma organização para oferecer assistência social e médica aos mais pobres. Mesmo já tendo se tornado um exitoso advogado, Rimet continuou fazendo obras de caridade”.

Rimet sempre se interessou pelos esportes e tinha a firme convicção de que eles uniam as pessoas, independente da raça e da classe social. Aos 24 anos, fundou um clube esportivo chamado Red Star, aberto a qualquer pessoa, independentemente da sua situação econômica. Naquela época, o futebol ainda era desprezado, pois era considerado um esporte da classe baixa e dos ingleses (franceses e ingleses, por razões históricas e culturais, nunca tiveram boas relações). Entretanto, Rimet decidiu incluí-lo no seu clube. Desta forma, proporcionaram aos mais carentes ter um espaço para a prática de um esporte que, ainda, era pouco conhecido e praticado em França.

Quis também promover um campeonato mundial de futebol, não muito tempo depois de ter fundado a FIFA. Mas, sobreveio a Iª Guerra Mundial de 1914. Teve que desistir de sua iniciativa, por causa do momento histórico adverso. Após o fim da guerra, Rimet se tornou presidente da FIFA em 1921 e permaneceu durante 33 anos no cargo, o período de mandato mais longo na história da federação. Então, pode realizar sua ideia: criar a primeira Copa do Mundo de Futebol.

Sua formação cristã-católica e sua visão da Doutrina Social que emanava da Encíclica Rerum Novarum de Leão XIII, levaram-no a refletir e agir para dar aos esportes a possiblidade de serem um ponto de referência na construção da paz e comunhão de vida entre os povos. Era só oferecer um espaço para isso acontecer. Por isso acreditava e dizia: “Os homens poderão se reunir com confiança, sem ódio em seus corações e sem insultos em seus lábios”, costumava dizer quando compartilhava a sua visão dos esportes.

Seus ideais sobre o esporte o motivaram a criar em 1928 a Copa do Mundo, que foi disputada dois anos depois pela primeira vez no Uruguai. Jules Rimet levou à América do Sul o troféu que recebeu o seu nome até 1970, quando o desenho da taça foi modificado pelo que é entregue atualmente. O Brasil, por ser Tricampeão, recebeu a taça para sempre.

O advogado católico liderou a FIFA até 1954 e, em 1956, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, por ter fundado a Copa do Mundo. Rimet morreu na França em 1956, aos 83 anos.

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