Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Fratelli Tutti: todos irmãos

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

Fratelli Tutti: todos irmãos

Pe. Adilson José Colombi

Esse é o título da Encíclica do Papa Francisco que ele assinou e nos entregou, no ano passado, mais precisamente no dia 04 de outubro de 2020, em Assis (Assisi), na Itália. É o dia que a Igreja Católica faz a Memória da morte de Francisco de Assis. É o grande apóstolo da Fraternidade Universal. E a Encíclica papal é, justamente, a respeito da Fraternidade e a Amizade Social. Por isso o título completo é: Fratelli Tutti – Sobre a Fraternidade e a Amizade Social. Hoje, vamos olhar os aspectos mais gerais dessa Carta Apostólica da Papa que serve como uma orientação para católicos e também para não-católicos e até para quem não têm fé ou crença alguma.

O Cardeal argentino Bergoglio, quando foi eleito papa, como todo escolhido para esse ofício canônico, pode escolher o nome que quer ser chamado e lembrado. Assim, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio escolheu o nome de Francisco. Claro, que esse nome foi escolhido, entre outros, por causa do testemunho de vida de São Francisco de Assis. Já, na primeira aparição do Papa Francisco, quis acentuar o motivo na escolha. Não quis usar, segundo o protocolo o sapato de cor especial, próprio do Papa. Preferiu se servir daquele sapato surrado e usado, em suas andanças pelas ruas, mais simples de Buenos Aires. Gesto simples, mas bastante significativo, no conjunto da apresentação ao público e ao mundo, naquele momento, que traduz o significado do nome que escolheu.

E, assim, foi daí, em diante. Francisco se instalou na casa de Santa Marta. Nesta residência de paredes amarelas, situada ao sul da basílica de São Pedro, que lembra um hotel, com um grande hall de entrada, refeitório e salões, Francisco se sente confortável: vive em uma suíte do segundo andar de 100 m2, sobriamente mobiliada, com três ambientes: para dormir, trabalhar e atender visitantes.

O Papa passa a maior parte de seu tempo, neste espaço da casa. Levanta, entre as 04h e 30 e 5h00 da manhã, até a hora de ir dormir, por volta das 22h00. Neste espaço, onde trabalha e recebe visitas informais.

Portanto, a Casa Santa Marte é coletiva, tem seu apartamento com dependências para atender os visitantes. Faz suas refeições com os funcionários do Vaticano. Toma seu chimarrão, quando pode, com os que lá moram ou que o visitam. Vive dessa forma, porque é a maneira como sempre viveu, em Buenos Aires, diz ele, e porque não quer se isolar. Quer estar em contato direto e possivelmente diário com cardeais, bispos, padres, funcionários e leigos. Como sempre fez.

Nesse modo simples, humilde, sincero, autêntico está a razão de ser do nome Francisco. Mais do que o nome, aí estão também a fonte e a inspiração de seus escritos, tanto as Encíclicas (são os escritos mais relevantes em sua função), como as Cartas Apostólicas, os discursos em várias ocasiões, homilias, falas de improviso…. Tudo transpira o nome escolhido (Francisco), mais precisamente a espiritualidade e o testemunho. Daí o título de Fratelli Tutti, a Encíclica sobre a Fraternidade e a Amizade Social. (continua).

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