Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

A frequência à Missa Dominical no mundo

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

A frequência à Missa Dominical no mundo

Pe. Adilson José Colombi

O Papa Francisco acaba de realizar a sua visita à África. Esteve também na Nigéria. A imprensa trouxe algumas características daquela Nação. E, também, da Igreja Católica que está na Nigéria. Pensei que seria interessante salientar uma particularidade da vida eclesial dessa Nação, que apresento em seguida. Uma compilação de dados feita pelo Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado (Cara, na sigla em inglês), da Universidade de Georgetown, EUA, mostra que a Nigéria é o país com a maior taxa de católicos que cumprem o preceito de ir à missa aos domingos.

Esses dados são fornecidos pela da World Values Survey (WVS), estudo internacional sobre crenças religiosas que se faz há décadas. Foram examinados, pela Cara, 36 países com grandes populações católicas. Os países foram classificados pela quantidade de católicos que dizem frequentar a missa uma vez por semana, como é obrigatório, ou, sem casamentos, funerais e batismos.

Segundo a pesquisa dessa Instituição WVS, “a Nigéria é o líder com 94% dos católicos nigerianos dizendo ir à missa uma vez por semana ou mais. No Quênia, a taxa é de 73% e no Líbano, 69%. Mais da metade de todos os católicos frequentam a missa uma ou mais vezes na semana nas Filipinas (56%), na Colômbia (54%), na Polônia (52%) e no Equador (50%).

Com 8%, o Brasil tem uma das taxas mais baixas de católicos que cumprem o preceito entre os países pesquisados. Empata com a França e perde só da Holanda, com 7%.

Em 29 dos 36 países examinados, menos da metade dos que se declaram católicos vão à missa dominical”.

Os próprios pesquisadores observam que, pelo fato de se servir de declarações pessoais, como critério, podem inflar os números, que podem, na verdade, ser um pouco menores.

“Os dados da WVS não incluíram os EUA, mas os dados da pesquisa do CARA indicam que a porcentagem de católicos nos Estados Unidos que assistem à missa uma ou mais vezes na semana é de 17%, embora mais de três quartos dos católicos americanos se considerem uma ‘pessoa religiosa’”.

Abaixo disso, os níveis mais baixos de frequência semanal foram observados na Lituânia (16%), na Alemanha (14%), no Canadá (14%), na Letônia (11%) e na Suíça (11%).

Outra particularidade da Nigéria, campeã em católicos que vão à missa, é palco de ataques violentos contra cristãos por parte de terroristas muçulmanos. Ataques dentro de igrejas não são raros. Em junho do ano passado, homens armados que se acredita serem extremistas islâmicos abriram fogo contra fiéis católicos que participavam da missa de Pentecostes na Igreja Católica de São Francisco Xavier, no sudoeste da Nigéria, matando pelo menos 50 pessoas.

“Nesta pequena amostra de países, podemos supor que o catolicismo é mais forte no que costuma ser chamado de mundo em desenvolvimento, onde o Produto Interno Bruto per capita é menor, e parece estar se contraindo nos países ‘desenvolvidos’ mais ricos. Os mecanismos precisos associados ao desenvolvimento econômico e à riqueza que estão impactando a participação dos católicos na fé e a identificação como religiosos não são claros. O que quer que sejam, eles importam significativamente”, diz o estudo.

Duas verdades aparecem, nessa pesquisa: a primeira – o baixo percentual dos brasileiros dos que se declaram católicos, no cumprimento do preceito dominical de participar da missa; segunda – a frequência dos nigerianos à missa, apesar do frequentes atentados à igrejas e templos. Digno de nota, a coragem em expor a vida pela vivência da fé.

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