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Opinião: situação da rodovia Ivo Silveira só é lembrada pelos políticos em ano eleitoral

Ivo Silveira no buraco Esta semana o jornal O Município publicou uma matéria de capa intitulada “Teste de Paciência” falando da precariedade da rodovia Ivo Silveira. A matéria mostra o estado da rodovia que é crítico e vergonhoso, contabilizando acidentes diariamente por conta da má conservação.  Esta situação não é de hoje, mas nestes últimos […]

Ivo Silveira no buraco

Esta semana o jornal O Município publicou uma matéria de capa intitulada “Teste de Paciência” falando da precariedade da rodovia Ivo Silveira. A matéria mostra o estado da rodovia que é crítico e vergonhoso, contabilizando acidentes diariamente por conta da má conservação. 

Esta situação não é de hoje, mas nestes últimos meses tem se intensificado, fazendo com que os buracos virassem verdadeiras “crateras” colocando em risco os motoristas.

Os problemas desta e outras rodovias é um estigma brasileiro de não conseguir começar e concluir uma obra. Basta olhar na história para ver o longo e tortuoso caminho que a rodovia Ivo Silveira percorreu para chegar até aqui.

Num breve relato histórico vamos ver que a obra começou em 1952 no governo Irineu Bornhausen, mas logo parou. Em 1962 foi assinado o convênio entre o Gabinete de Planejamento do Plano de Metas do Governo e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para retomada das obras, que começou, de fato, um ano depois, em 1963. 

A obra foi inaugurada em janeiro de 1967, 15 anos depois, passando por quatro governos. Iniciou com Irineu Bornhausen, teve um pequeno avanço com Heriberto Hülse, depois teve continuidade com Celso Ramos e finalmente Ivo Silveira que colocou seu nome na rodovia e inaugurou mesmo faltando 500 metros para ela ser macadamizada. 

Mas o tráfego na rodovia foi se intensificando, assim como a necessidade de asfalto. Este capítulo só começou em 1975 com um estudo para esta melhoria. A licitação para as obras foi em 1976 e foi inaugurada pelo governador Antônio Carlos Konder Reis em março de 1977.

Como podemos ver, a política sempre andou de mãos dadas com o interesse de plantão desta importante rodovia. Um dos fatos recentes neste sentido foi em março de 2018, quando o então governador Raimundo Colombo anunciou a duplicação da Ivo Silveira ainda naquele ano, com as máquinas na pista a partir de maio.

Sempre depois do sonho vem a realidade, em forma de uma rodovia que mais parece a superfície lunar

O anúncio pegou todos de surpresa e ainda mais surpreso foi o maravilhoso projeto apresentado, prevendo viadutos, marginais, passarelas e tudo de mais moderno em termos de segurança e acessibilidade.

Como já havíamos previsto no editorial da época: “Pavimentando a eleição deste ano”, tudo não passou de mais um truque eleitoreiro de promessa, de criar uma expectativa em torno de uma obra tão necessária e desejada.

E sempre depois do sonho vem a realidade, em forma de uma rodovia que mais parece a superfície lunar. Ela vem colecionando acidentes e vítimas enquanto aguarda a boa vontade do governo estadual em lhe dar atenção. 

Na matéria desta semana, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade informou que a operação tapa-buraco iniciou em 4 de fevereiro e está a todo vapor. Nossa equipe percorreu a rodovia e não viu nenhuma movimentação neste sentido.

E se essa situação é incômoda, mais inconveniente ainda é posição ao atual governador Carlos Moisés, que em conversa com o prefeito Ari Vequi prometeu que vai lançar o edital da duplicação ainda este ano, mas será um projeto “sem as obras de arte” que estavam previstas.

O que podemos esperar então, se de fato a licitação sair, é mais uma daquelas gambiarras, feitas para ser um remendo e não uma solução. E como o tempo para quem está no poder é diferente para quem precisa trafegar, teremos mais um ano de conversa, levando o assunto de barriga para ano que vem, quando estaremos novamente num ano eleitoral e aí tudo vira promessa, de novo.