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Obstetras esclarecem dúvidas sobre coronavírus e riscos para a gravidez

Doença não é agravada em futuras mamães, como é o caso do H1N1

A gravidez é um momento muito importante na vida da mulher e representa um período de grandes modificações físicas e psicológicas. Por conta disso, a pandemia do coronavírus é uma preocupação delas.

Apesar do receio das futuras mamães, o chefe de obstetrícia do Hospital Azambuja, Getúlio de Almeida, explica que não existem relatos de problemas na gestação causados pelo Covid-19.

Eu respondo muitas perguntas sobre isso diariamente, e digo que elas não estão em grupos de risco. Em princípio, a gestante é tratada como uma pessoa normal. Ela está mais suscetível a pegar qualquer tipo de virose por ter imunidade baixa, assim como os recém-nascidos, mas a conduta em relação ao coronavírus não é muito diferente das outras pessoas”.

O obstetra explica que o coronavírus não é tão perigoso para as grávidas como o H1N1, quando elas sofrem com uma evolução mais rápida da doença. “No caso do Covid-19, ela não está no grupo de risco, apesar de ter imunidade baixa, não tem que ter medo”.

O ginecologista e obstetra do Hospital Imigrantes, Darlei Darwton Colzani, afirma que bebês menores de dois anos devem ter cuidados redobrados, e não devem ser expostos a ambientes onde houver circulação de pessoas que não morem na própria casa.

Almeida diz que as gestantes precisam tomar os cuidados que a população geral toma, como a higiene das mãos e a manutenção de isolamento social o máximo possível. 

O médico afirma que, caso a grávida contraia a doença, aí ela deve receber um tratamento diferenciado. “Ela pode, por exemplo, ficar com insuficiência respiratória, e o parto fica mais difícil, daí tem que ter cuidados e apoio do obstetra”.

Mesmo se a mãe contraia o coronavírus, pode amamentar a criança, tomando os cuidados de higiene e uso de máscara. Almeida lembra que não há relatos de transmissão da doença de mãe para filho através do leite ou contaminação direta ao feto durante a gravidez.

Ele acrescenta que a mulher não será obrigada a fazer cesariana caso tenha coronavírus. “Isso só vai acontecer por indicação obstétrica. Lógico que, se a paciente estiver em estado grave, mal, não consegue respirar direito, a cesárea vai aliviar. Mas, se tiver bem, o coronavírus não altera a situação obstétrica”.

O médico aconselha as gestante a evitarem ao máximo visitas ao hospital que podem ser dispensadas. 

“A gestante só deve ir ao hospital quando ela realmente precisa, porque o lugar mais perigoso de se pegar a doença é lá, isto que não estamos no ápice da doença ainda. A paciente às vezes está isolada, mas vai ao hospital duas, três vezes, por coisas simples, e se expõe ao vírus de forma desnecessária”, diz.

Colzani diz que as equipes de pré-natal devem seguir acompanhando as gestantes normalmente, mas tomando o cuidado de, ao contatar as gestantes para confirmar a consulta, avaliar se a elas ou algum contato delas não estão gripados.

“Neste caso, são dadas as orientações por telefone, e a gestante ficará em casa, para não haver o risco de contaminar outras pacientes no consultório. Em caso de piora do quadro, ela deverá procurar uma unidade de atendimento hospitalar para se avaliar a necessidade de internação”.

Durante o parto, no hospital, recomenda-se que a paciente venha somente com um acompanhante, não sendo permitidas visitas durante o período de internação. “Em casa, não se recomendam visitas a mamãe e nem ao bebê durante esse período crítico que estamos passando”, acrescenta Colzani.