Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

O “Tempo Comum”

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - padreadilson@omunicipio.com.br

O “Tempo Comum”

Pe. Adilson José Colombi

O título dessa coluna jornalística de hoje pode confundir quem não é católico. Certamente, também a muitos que se dizem católicos. É uma terminologia da liturgia da Igreja Católica. A Igreja tem seu calendário litúrgico próprio. Seu ano litúrgico não coincide com o ano civil. O ano eclesiástico é dividido e vivido em etapas, denominadas “Tempos Litúrgicos” ou “Ciclos Litúrgicos”. São eles: Advento/Natal, Quaresma/Páscoa/Pentecostes, Tempo Comum. O Ano Litúrgico inicia com o primeiro domingo do Advento, parte do Ciclo do Natal. Normalmente, final de novembro ou início de dezembro.

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Com a Festa dos Reis Magos (domingo passado), terminou o “Ciclo do Natal” (Advento, Natal e Festa dos Reis Magos). Começa o “Ciclo do Tempo Comum” que será vivido, apenas, uma parte, agora, sendo interrompido para viver o “Ciclo Pascal” (Quaresma, Páscoa e Pentecostes), quando de novo vai continuar o Tempo Comum até o final do ano litúrgico, com a Solenidade de Cristo Rei do Universo, normalmente último domingo de novembro.

O Ano Litúrgico da Igreja, porém, reserva o Tempo Comum para uma revisão de vida especial. A revisão de nossa vivência da fé ao longo dos vários tempos litúrgicos: Advento/Natal, Quaresma/Páscoa/Pentecostes, Tempo Comum. Ver novamente nossas opções, nossas atividades, nossas vitórias e nossos fracassos, individuais e comunitários, não para nos deprimir, nos machucar, mas, para nos recompor e recomeçar a caminhada da fé, no novo ano litúrgico, com ânimo renovado. O novo Ano Litúrgico é um recomeço. É um recomeço sem perda da continuidade, porém, no caminhar no seguimento de Cristo, único Caminho, Verdade e Vida. Nossa vida de fé não pode ser atomizada, fragmentada, dispersa. O seguimento de Mestre Jesus, pelo discípulo (a) tem seu projeto de vida, definido pelo Evangelho do Reino de Deus e com a permanente assistência da Igreja, como seu sinal e instrumento de realização no tempo e no espaço.

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Deus pelos acontecimentos diários vai fazendo seus convites, tanto para o cristão (a) ou para a comunidade cristã, para ser seu parceiro (a), nesta grande empreitada de construir um mundo sempre mais justo, solidário e fraterno. Os acontecimentos são o sinal de Deus que me chama. Para isso tenho que compreender sua linguagem para estabelecer um diálogo frutífero, para familiarizar-se com sua maneira de pensar e de agir, seu modo de viver. Para tanto, necessito sempre mais de conhecer sempre mais a fundo a Proposta de Vida, trazida por Jesus. Com efeito, será ela que vai ser o meu guia na condução da revisão de vida. Isto é, se meus pensamentos, gestos, palavras, atitudes, opções tiveram como inspiração os valores do Reino de Deus. Por isso para que minha revisão de vida seja bem sucedida, necessito frequentar com assiduidade a Palavra de Deus, sobretudo, o Evangelho.

Para o discípulo (a) do Mestre Jesus, a participação ativa e atuante nas atividades pastorais e, sobretudo, nas celebrações litúrgicas da comunidade cristã, ao longo do Ano Litúrgico, oferece-lhe as condições necessárias para a construção da vida que, certamente, poderá dar bons frutos. A revisão da vida de fé, possivelmente, diária ou frequente, como também a que é realizada ao final de cada Ano Litúrgico, são instrumentais indispensáveis para uma vida de fé, para que tenha continuidade e, portanto, para que não sofra estagnação e acomodação ou fragmentação e descontinuidade. Pelo contrário, são uma “injeção de ânimo” e uma “renovação de espírito”, numa Sociedade e numa Cultura que não primam por convicções e compromissos contínuos e são propensas a apatias e a busca do efêmero.

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