Embaixo de uma árvore, em uma “sala de aula” diferente, os alunos escutam curiosa e atentamente a explicação da professora sobre a natureza, as plantas e a importância delas para os animais. A cena se repete semanalmente no Horto Florestal de Brusque, onde ocorrem as visitas do “Viveiro Educador”.

“Sala de aula” embaixo da árvore é onde inicia a visita ao Horto | Foto: Prefeitura de Brusque/Divulgação

O projeto é fruto de uma parceria da Secretaria de Educação com o Horto. A coordenadora da iniciativa, Pâmela Felipim da Silva, explica que as visitas são feitas com os alunos do terceiro ano da rede municipal de ensino.

Os estudantes visitam o Horto Florestal uma vez por ano. “A visita é programada para coincidir com o conteúdo em sala de aula”, esclarece Pâmela, que também é professora e bióloga.

A grade curricular de Ciências do terceiro ano do Ensino Fundamental aborda conteúdos relativos a plantas e solo. Matéria tão fundamental para a vida precisa ser realmente aprendida e é para isso que o projeto foi criado, pois os pequenos assimilam melhor o conhecimento colocando a mão na massa.

“As plantas e os tipos de solo fazem parte dos conteúdos deles em sala de aula. Vão ao horto para conhecer os tipos, as características e a relação das plantas com os animais”, afirma a bióloga.

Depois da palestra embaixo da árvore, os alunos visitam o horto e conhecem todo o processo – desde a germinação das sementes até as mudas já plantadas. O Horto produz mais de 15 mil mudas por mês, que são utilizadas no paisagismo da cidade e distribuídas para escolas municipais e Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Ao final, os estudantes percorrem uma pequena trilha. Depois, é hora de criar: eles aprendem a produzir tintas naturalmente, com sementes e frutas. Os alunos fazem pinturas que posteriormente são expostas nas escolas, como uma continuidade do projeto.

Prefeitura de Brusque/Divulgação

Mudando gerações

Robson de Souza, técnico agrícola do Horto Florestal, diz que o projeto é fundamental para mudar a relação que temos com a natureza. “As crianças são mais rigorosas no cumprimento das coisas. Se educarmos de pequeno a conservar, preservar a natureza e a plantar, vão levar para a vida. É diferente do adulto, que não dá tanta importância”, avalia.

Pâmela conta que as crianças a surpreendem a cada visita. Sempre surgem perguntas pertinentes e inusitadas.

A prova de que o projeto tem plantado coisas boas vem depois das visitas. De vez em quando, Pâmela encontra estudantes fora da escola e eles contam que guardaram sementes ou que seguiram o que lhes foi passado.

A bióloga comemora que a questão ambiental tem ganhado cada vez mais relevância. “Em comparação com o que a gente aprendeu na vida escolar e como é abordado hoje em dia, percebo que teve valorização bem grande com o tema ambiental”.

Souza, do Horto, lembra de outro aspecto importante do projeto: a inclusão social. Durante as visitas, os estudantes têm contato com os 14 funcionários com deficiência que trabalham no local.