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“Nós julgamos que a reabertura do Centro de Triagem não se faz necessária”, diz secretário de Saúde de Brusque

Pasta anunciou ações contra a Covid-19 e a onda de síndrome gripal no município

A Secretaria de Saúde de Brusque não planeja reabrir o Centro de Triagem (CT) para pacientes com sintomas da Covid-19 no município. A decisão foi divulgada pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Brusque nesta tarde de terça-feira, 11.

Em coletiva de imprensa, o secretário de Saúde, Osvaldo Quirino de Souza, explicou que a volta da estrutura do CT envolve uma grande logística, avaliada como desnecessária neste momento pela prefeitura. Contudo, segundo ele, caso houver aumento exponencial dos casos e agravamento da pandemia, a pasta voltará a planejar uma possível reabertura.

Osvaldo também apontou que o país inteiro foi pego de surpresa com o surto de influenza. Em Brusque, segundo o secretário, apesar de ter alcançado bons números em relação a pandemia da Covid-19, a cidade foi punida com o aumento dos casos da gripe. “Tivemos um grande número de servidores que necessitaram de afastamento”, ressalta ao falar dos impactos na pasta. “Estamos atravessando um momento de exceção, as pessoas precisam entender que o que passamos não é o normal do passamos diariamente”, diz.

Em relação aos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), ele reforça que muitas pessoas da equipe estão afastadas por conta de sintomas gripais. A situação resulta nas dificuldades de atendimento nos postos de saúde. “Procure ir buscar atendimento em um posto nos horários de menor movimento, se informe. Caso der, vá em outro posto, é difícil, mas não há como ter privilégio neste momento”, orienta.

Durante a fala na coletiva, o secretário também pede para que a população mantenha a calma, pois os números de internamentos, principalmente na UTI, são baixos. “O sistema de Saúde não vai colapsar”, afirma.

“Nós julgamos que a reabertura do Centro de Triagem não se faz necessária. O vírus tem um ciclo, e ele vai passar e em breve esse surto vai cair. No ano passado tivemos momento de melhora, tanto que no fim do ano tivemos momento de relaxamento. O vírus é comunitário, ele veio para ficar. Precisamos achar maneiras e tratamento para diminuir”, completa.

Ações de enfrentamento

Dentre as ações, Osvaldo destaca a contratação em situação de emergência um médico para atuar em escala 24 horas no Hospital Dom Joaquim, além de outro profissional a mais no Azambuja. “Temos 15 médicos atendendo a população com sintomas da Covid-19, é claro que teremos um delay, no CT tínhamos quatro médicos”, conta. “Não procede que a população está sem assistência”, continua.

Ainda, foi anunciado que a partir desta quinta-feira, 13, a prefeitura vai instalar um ônibus e duas tendas na praça Barão de Schneeburg com médico, técnico de enfermagem e farmacêuticas. No local, serão feitos atendimentos para testagem, com possibilidade de retirada de atestado e de medicamentos. “Pode ocorrer aglomero, mas todos serão atendidos”, conta. Além disso, terá uma tenda com informações no terminal urbano.

Evitar o caos

Na coletiva, o secretário pediu por apoio da imprensa para acalmar a população. “Só não queremos que as pessoas fiquem assustadas. Nós nos baseamos no aspecto científico, valorizamos a ciência. Não posso abandonar a ciência”, conta.

O médico infectologista Ricardo Alexandre Freitas, aponta que o surto de pacientes com síndrome respiratória acontece por conta das aglomerações durante o fim do ano. A princípio, segundo ele, é provável que boa parte dos diagnósticos são da H2N3. “Nós não temos essa vacina ainda disponível [sobre a Darwin]. Ela deve chegar em março, o que pra nós vai chegar tardiamente, pois muitas pessoas estarão contaminadas ou já curadas”, ressalta. Contudo, segundo ele, ela protegerá muitos outros que ainda não terão se contaminado.

O médico destaca que, apesar do aumento dos atendimentos, a cidade não registra subida no número de internações por conta da Covid-19. Isso se dá, segundo ele, pela vacinação, que evitou o aumento da mortalidade. Em relação a Europa, ele aponta que as fake news impactaram na diminuição da busca pela terceira dose, o que deixou a população desprotegida da variante Ômicron.

Ricardo também explica que, em relação ao Centro de Triagem, o ideal é manter por agora o sistema atual de atendimento. Para ele, a reabertura do CT não seria viável pelos custos e pelas buscas de profissionais.

“Toda a unidade que tenha um médico atendendo, ela tem que atender a população. Se a gente começa a centralizar muito, vamos ter centenas de centros no município, isso é inviável”, diz.

Para pensar numa reabertura do CT, Ricardo avalia que será necessário observar o cenário durante a semana. “Se fizermos pontos de testagem teremos um norte melhor sobre a situação. Para aí decidirmos reabrir o CT ou repensarmos outras ações”, explica.

Atendimento impactado

Sobre os testes, o médico aponta que muitos procuram a testagem por conta do medo, mesmo sem sintomas. “De duas a três semanas será um tempo que vamos ter que suportar os impactos do réveillon”, diz.

“Existe sim [atendimento], até mais postos de atendimento na cidade, do que no Centro de Triagem. Estamos hoje com 24 horas de atendimento para a população com sintomas. Temos que ter o equilíbrio e a temperança para não tacarmos os pés pelas mãos e fazermos bobagem. Precisa ser ressaltado que temos uma estrutura mobilizada, que só não está centralizada, mas sim com capacidade maior”, completa Osvaldo.

Segundo o prefeito em exercício, Gilmar Doerner, o Executivo está presente na busca pela melhor saída da situação. Na oportunidade, ele agradeceu a imprensa pela divulgação de informações aos cidadãos. “Estamos empenhados, preocupados e não estamos de braços cruzados. Tenho visto a preocupação do doutor Osvaldo, que está empenhado nisso”, comenta.

Ainda, o prefeito em exercício destaca a atuação da equipe de atendimento na Saúde, que lida com tensão diariamente. “Estamos fazendo tudo aquilo que está no nosso alcance. Não estamos descartando a possibilidade de reabrir o Centro de Triagem, caso houver necessidade. Pedimos compreensão do nosso povo, que é tão amável, querido, que possa entender esse momento, temos pessoas que sabem o que estão fazendo”, completa.

Atualmente, segundo a prefeitura, a cidade tem estoque de 11 mil testes. Não há previsão para a vacina pediátrica, pois, conforme o secretário, o Ministério de Saúde retardou a entrega das vacinas para este fim. Porém, devem ser divulgadas novas informações na próxima semana.


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