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Mulher e homem

A Sociedade e a Cultura contemporâneas são, acentuadamente, marcadas pela presença e atuação, preponderantemente masculina. Vivemos num mundo protagonizado pelo masculino. Sem dúvida, é a herança recebida, sobretudo, da Modernidade. Não que, em outras épocas anteriores, não tivesse também indícios dessa discriminação para com a mulher. Foi, certamente, a Modernidade que acentuou a diferenciação entre […]

A Sociedade e a Cultura contemporâneas são, acentuadamente, marcadas pela presença e atuação, preponderantemente masculina. Vivemos num mundo protagonizado pelo masculino. Sem dúvida, é a herança recebida, sobretudo, da Modernidade. Não que, em outras épocas anteriores, não tivesse também indícios dessa discriminação para com a mulher. Foi, certamente, a Modernidade que acentuou a diferenciação entre a mulher e o homem. Inclusive, com teorias que queriam comprovar a superioridade, em todos os aspectos do masculino sobre o feminino, iniciando com a própria capacidade intelectual. Também, foi na Modernidade, o período onde a mulher foi submetida a regime de trabalho desumanizante, nas minas e nas fábricas, no âmbito da Revolução Industrial, sem precedentes. Jamais, ao longo da História, a mulher foi tão explorada, em trabalhos insalubres e insanos, como na Modernidade.

Essa mentalidade disseminada pela Modernidade foi entrando nos vários aspectos da vida da Sociedade e da Cultura modernas. Pouco a pouco, foi-se criando um ambiente, onde alguns homens desprezavam a mulher. Achavam a mulher inferior ao homem. E, por outro lado, algumas mulheres começaram a lamentar sua condição de mulher e a buscar, por meios nem sempre tão aceitáveis e adequáveis, uma “libertação” da “submissão e opressão masculinas”. Chegou-se a estabelecer um clima de animosidade e de quase guerra entre o “masculino” e o “feminino”. Esqueceu-se do fundamental e do essencial, enfocando aspectos periféricos ou acidentais.

Mas, o que é fundamental e essencial nessa questão? Sem dúvida, foi o esquecimento ou a rejeição pura e simples de uma verdade fundamental da Antropologia Cristã: a igualdade absoluta de dignidade entre o homem e a mulher. Portanto, em hipótese alguma, pode-se afirmar a superioridade do “masculino” sobre o “feminino” ou vice-versa. Homem e mulher são perfeitamente iguais em dignidade. Claro, são diferenciados e complementares. O próprio São Paulo que, muitas vezes, é caluniado porque considerado “anti-mulher” ou “anti-feminino” escreveu aos Gálatas: “… não há mais judeu nem grego, homem livre ou escravo; não há mais homem nem mulher, pois vós todos não sois senão uma só pessoa em Cristo Jesus” (Gl 3,28).

A Modernidade deixou de lado a verdade cristã que está, na Palavra de Deus, e assumiu, de vez, a postura puramente humana, material, ateia. E qual é a verdade fundamental da Teologia e da Antropologia Cristã: que tanto o homem como a mulher são criaturas do Deus de amor; que ambos foram redimidos, resgatados pelo sangue de Cristo, vertido na Cruz; que tanto o homem como a mulher são filhos de Deus, pelo batismo; e, sobretudo, que tanto um como outro são chamados ao mesmo destino espiritual, estarem juntos na Casa do Pai.

Tanto o homem como a mulher são chamados sempre mais a desenvolver, de modo criativo e inventivo, em cada momento histórico, sua originalidade, por meio do desenvolvimento da masculinidade e da feminilidade. Ambos receberam do Criador a missão de continuar a Criação, cada um com função e capacidades próprias. Deus deu essa honra ao casal humano o encargo de ser parceiro seu nessa construção, ao longo da História. Pois, só assim conseguem se complementar nas suas respectivas diferenças. Essa complementação e o respeito com as próprias diferenças enriquecem a ambos e a própria Humanidade como um todo.