X
X

Buscar

Movimento realiza abaixo-assinado para liberação da fosfoetanolamina, em Brusque

Nesta quinta-feira, 4, durante o desfile de aniversário de Brusque, voluntários disponibilizarão abaixo-assinado para a população

Um abaixo-assinado que pede a liberação e produção da fosfoetanolamina sintética, mais conhecida como pílula do câncer, está circulando em Brusque. O documento é uma iniciativa do “Movimento Brusque pela Liberação da Fosfo” que pretende colher o maior número de assinaturas possível e encaminhá-las para o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que no mês de maio decidiu por 6 votos a 4 suspender a lei que autorizava pacientes com câncer a fazer uso da fosfoetanolamina sintética.

Leia também: Estrutura da igreja matriz São Luis Gonzaga está comprometida devido infiltrações no telhado

De acordo com uma das integrantes do movimento em Brusque, a farmacêutica Andreia Bodenmuller de Oliveira Hank, o abaixo-assinado tem como objetivo a conscientização das pessoas sobre a causa. “Queremos que as pessoas se interessem, conheçam o assunto e cobrem das autoridades. Quanto mais pessoas cobrarem, mais difícil de engavetar o projeto”.

Cidades de todo o país estão colhendo assinaturas para enviar ao STF e, por isso, o município também decidiu participar do movimento. Amanhã, no desfile dos 156 anos de Brusque, vários integrantes do movimento estarão no centro da cidade recolhendo assinaturas da população. “A ideia é distribuir o abaixo-assinado em diversos pontos do desfile para reunir o maior número de assinaturas e já poder enviar para o STF”, afirma Shirley Belotto, da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brusque.

Durante o desfile, os voluntários também convidarão a população para participar do seminário pela liberação da fosfoetanolamina, que será realizado no dia 15 de agosto, às 19 horas, no auditório do Sintrivest. O seminário reunirá profissionais que darão um parecer sobre a situação da substância no país e também pacientes que fizeram uso da pílula e que darão depoimento sobre o tema.

“Existe uma esperança para o câncer, já foi provado que a fosfo não é tóxica, então não há desculpa para liberar o uso. Quem tem câncer, tem pressa. Queremos um posicionamento das autoridades sobre o assunto”, destaca Andreia.

As folhas para a assinatura do documento estão disponíveis na Rede Feminina de Combate ao Câncer, Dehon Farmácia de Manipulação, Sintrivest, Luz Criativa Marketing Digital e Gráfica DH. Quem quiser disponibilizar o abaixo-assinado em seu estabelecimento pode entrar em contato com a Rede Feminina ou Farmácia Dehon.

Testes clínicos

Os testes clínicos para tratamento de câncer com a fosfoetanolamina sintética começaram na semana passada, em São Paulo. A pesquisa é conduzida pelo Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O início dos testes em humanos é possível após aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, do Ministério da Saúde. A Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da Secretaria de Saúde do estado, forneceu as cápsulas suficientes da substância para realização da pesquisa.

Segundo a Secretaria de Saúde, o pesquisador aposentado da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, Gilberto Chierice, tem acompanhado todo o processo. A fosfoetanolamina sintética foi estudada por ele, enquanto ainda estava ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros da universidade. Algumas pessoas tiveram acesso às cápsulas contendo a substância produzidas pelo professor, que usaram como medicamento contra o câncer.

“É a primeira vez na história que a fosfoetanolamina sintética será testada em humanos, por iniciativa do governo de São Paulo. O objetivo é avaliar a eficácia da substância no combate ao câncer”, informa, em nota, a secretaria. O estudo prevê avaliação de 10 pacientes na primeira fase, para determinar a segurança da dose que vem sendo usada na comunidade.

Após a primeira etapa, caso a droga não apresente efeitos colaterais graves, a pesquisa prosseguirá.