Motorista envolvida em acidente com viatura da Polícia Militar fala sobre a sua versão dos fatos
Ela afirma que, "em claro protecionismo à corporação", o policial que concluiu a ocorrência distorceu os fatos
Um carro modelo Fiat Mobi se envolveu em um acidente com uma viatura da Polícia Militar na manhã da terça-feira, 30 de novembro, no Centro de Brusque. O trânsito do local ficou lento no momento do acidente.
Após as diligências protocolares, a divergência na origem do acidente tem sido evidente nos documentos divulgados por ambas as partes envolvidas. Inicialmente, a Polícia Militar atribuiu à motorista a culpa pelo acidente. Posteriormente, a defesa da motorista entrou em contato com o jornal O Município para apresentar sua versão dos fatos.
Versão da motorista
Em relação ao acidente ocorrido, a motorista que prefere preservar a sua identidade, afirma que na data do dia 30 de novembro, por volta das 8h30, trafegava pela Rua Lauro Muller, sentido bairro-centro, em sua mão de direção e que, ao passar o sinal verde com a Rua Getúlio Vargas, “teve seu veículo abalroado pela viatura da polícia militar”.
“Na declaração do Boletim de Ocorrência, o policial que se envolveu no acidente afirmou categoricamente que avançou o sinal vermelho”, diz a nota divulgada pela advogada da motorista.
A motorista expressou também, que se sente extremamente prejudicada com o soldado, que, posteriormente, atendeu ao caso e confeccionou o relatório policial. Cabe ressaltar que o policial envolvido no acidente não foi o mesmo que concluiu o relatório, e o descontentamento da motorista é com este último.
“Uma vez que, em claro protecionismo à corporação, concluiu no respectivo relato policial “a culpa pelo acidente como sendo da mesma”, invertendo totalmente os reais acontecimentos dos fatos, o que é lamentável”, disse.
Confira o restante da nota divulgada:
“O referido documento, ao ser apreciado pelos seus advogados, estes perceberam que a narrativa do soldado que confeccionou é totalmente distorcida, de modo que em tempo oportuno o Boletim de Ocorrência será impugnado, eis que a conclusão não é imparcial.
Afirma ainda a motorista que possui vários vídeos de como o trânsito se comporta naquele local, e que o costumeiramente os motoristas que transitam na pista do meio seguem reto, até porque em certos momentos do dia, o tráfego fica bem intenso naquela via.
Outro ponto a ser esclarecido é a existência de relatos nas mídias sociais em que várias pessoas alertam que essa viatura da polícia já vinha trafegando em alta velocidade naquela manhã, bem como o fato de o giroflex estar ligado ou mesmo a sirene (o que não foi escutado no momento do acidente), não implicaria o descumprimento das regras de trânsito, inclusive por aqueles que conduzem viaturas policiais em atendimento a ocorrências.
No presente caso, o vídeo do acidente que já está nas mãos da motorista, demonstra indubitavelmente que se viesse uma motocicleta ao invés de seu automóvel, os danos certamente seriam trágicos.
Por fim, no dia seguinte, a motorista efetuou o exame de corpo de delito que demonstram os ferimentos corporais que teve e a quebra de um dente. Portanto, se impugna veementemente os fatos descritos de forma conveniente pela própria Polícia Militar no Boletim de Ocorrência, além da imputação de culpa a motorista que efetivamente no momento do acidente, somente respeitou as regras de trânsito, contrariamente ao policial que conduzia a viatura.
Versão da polícia
O comandante do 18° Batalhão de Polícia Militar (18° BPM) de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, deu a versão da polícia sobre como aconteceu o acidente de trânsito envolvendo uma viatura da PM na terça-feira, 30 de novembro, no Centro do município. De acordo com ele, a viatura estava com a sirene ligada e se deslocava para uma ocorrência.
Com a colisão, a policial que estava no banco carona teve ferimentos leves e foi levada ao Hospital Azambuja. Após ficar em observação, recebeu alta e retornou ao trabalho ainda na tarde desta terça.
Dinâmica
A viatura transitava pela rua Dom Joaquim e seguia no sentido em que passaria pelo Clube Bandeirante. O outro veículo estava na avenida Primeiro de Maio e iria sentido à ponte Estaiada. O carro estava na pista da direita e havia um caminhão na pista da esquerda.
O semáforo estava aberto para passagem do caminhão e do carro envolvido no acidente. Entretanto, ao observar a sirene da polícia ligada, o caminhoneiro parou o veículo para dar preferência à viatura.
Segundo o comandante da PM, o veículo que vinha pela direita, pista que é de sentido obrigatório virar para a direita, segundo a sinalização do local, não observou a parada do caminhão e desobedeceu à sinalização. O condutor seguiu reto e colidiu contra a lateral da viatura.
“O veículo não observou a parada do caminhão e não obedeceu à sinalização. Ele seguiu em frente ao invés de dobrar a direita, que é sentido obrigatório”, diz Otávio. A policial se feriu após bater a cabeça na coluna do veiculo.
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