Moradores de Guabiruba usam bananeiras para saber quem vencerá as eleições
Monitoramento do crescimento das árvores é tradição no município há muitos anos
Diferente da maioria da população, que descobre o resultado das eleições apenas horas depois do fim da votação, alguns moradores de Guabiruba podem comemorar ou lamentar exatamente às 17h de domingo. Nesse horário, além do fechamento das sessões eleitorais, também é o fim do monitoramento do crescimento das bananeiras batizadas com os nomes dos candidatos.
Tradições no município, as bananeiras são certeiras quanto ao resultado da votação. Quem garante o método é a professora Denise Carminati, de 41 anos. Moradora do bairro São Pedro, ela já monitora, nos fundos de casa, três árvores que representam os candidatos a prefeito de Guabiruba: Matias Kohler (PP), Orides Kormann (PMDB) e Osmar Vicentini (PRB).
“A bananeira que crescer mais até o dia da votação é a vencedora da eleição. É uma tradição de muitos anos aqui em Guabiruba. A minha tia, que tem 85 anos, fazia, e como ela não consegue mais cortar as bananeiras, ela passou para mim. Há 20 anos eu faço e sempre deu certo. Eu sempre faço para as eleições de prefeito e de governador”, conta a professora.
Denise explica que, para o método funcionar, é necessário dispor de uma bananeira para cada candidato. As árvores precisam ter tamanhos semelhantes, geralmente no início da vida, e precisam estar posicionadas próximas umas às outras.
Depois de escolher as bananeiras, ela faz uma oração, que foi repassada por sua tia, e, em seguida, batiza as árvores com os nomes dos candidatos. De acordo com a professora, não são necessários objetos para nenhuma dessas etapas, somente para a etapa posterior, que é o corte, ao meio, das três bananeiras.
“É muito interessante porque realmente funciona. E é legal porque às vezes uma bananeira cresce mais, depois outra cresce mais. De um dia para o outro já muda isso”, afirma. “Minha tia mora do lado da minha casa e todos os dias que eu vou medir o crescimento das bananeiras, ela faz questão de acompanhar”, completa.
Integrante de um grupo de campanha no Whatsapp, a professora atualiza os integrantes todos os dias com imagens das bananeiras.
“Quando as pessoas torcem para um candidato elas ficam querendo saber como está o crescimento das árvores. Tem gente que fica bem ansiosa quando está chegando as eleições e chega a vir na minha casa para ver as bananeiras”, conta.
Enquanto Denise já monitora as bananeiras, o vendedor autônomo Ademir Gallassi, de 58 anos, apenas corta as árvores 15 dias antes da data da votação. Também morador do bairro São Pedro, ele garante que o método sempre funcionou.
“Nos quatro mandatos que fiz, sempre a árvore batizada com o nome do vencedor cresceu mais do que as dos outros”, conta.
Ainda segundo o vendedor, para a técnica funcionar é necessário cortar as três árvores, ao mesmo tempo.