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Missão divina

Jair Bolsonaro tem demonstrado nestes cinco meses à frente do poder sua fidelidade absoluta, uma submissão patológica  aos mandamentos fundamentais do populismo de direita, ignorando ou desmontando estruturas democráticas existententes, demonizando a imprensa tradicional, tentando cercear a liberdade de opinião nas universidades, alimentando quixotescas fantasias conspiratórias da esquerda contra a governabilidade de sua gestão e, […]

Jair Bolsonaro tem demonstrado nestes cinco meses à frente do poder sua fidelidade absoluta, uma submissão patológica  aos mandamentos fundamentais do populismo de direita, ignorando ou desmontando estruturas democráticas existententes, demonizando a imprensa tradicional, tentando cercear a liberdade de opinião nas universidades, alimentando quixotescas fantasias conspiratórias da esquerda contra a governabilidade de sua gestão e, acima de tudo, mantendo a sua fiel vassalagem em permanente estado de confronto contra tudo e todos que enxergam o mundo de um modo diferente de seu poderoso clã.

Em verdade, não sabemos exatamente quem detém a maior parcela do poder no Planalto: se Bolsonaro, seus filhos ou aquele simulacro de filósofo, Olavo de Carvalho, que, empoleirado na terra de Donald Trump, bombardeia incessantemente a administração federal com dardos, flechas e balas de canhão, em ataques majoritariamente letais para algum membro da equipe do governo.

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A numerosa bancada evangélica no Congresso, importante pilar na sustentação política do presidente, enxerga a ascensão de Bolsonaro como uma “missão divina”, e um importante líder Pentecostal acaba de testemunhar que “o capitão reformado foi enviado por Deus para  salvar o país”.

A bem da verdade, não cremos que este fervor místico vá içar-nos do atoleiro em que nos encontramos, tampouco os Pai Nossos murmurados em vias públicas, nas demonstrações em favor do governo.

O que falta para destravar o que está emperrado é um diálogo franco, desprovido de preconceitos entre o poder Executivo e o Parlamento.

Bolsonaro, populista da mais fina estirpe, preferiria ignorar os representantes eleitos pelo povo, pois aposta em soluções obtidas através do contato direto com a população. Esquece-se, porém, que a população pode apoiar as reformas, mas sua implementação cabe ao Parlamento.

Sem dúvida, encontramo-nos num beco sem saída; gostando ou não do presidente, temos que apoiá-lo em seu programa de reformas, sem o qual nosso país terminará sem oxigênio num curtíssimo espaço de tempo.

Exige-se do presidente da República que assuma finalmente o cargo para o qual foi eleito, liderando um relacionamento propício ao equacionamento dos problemas nacionais. Do Congresso, espera-se uma política voltada aos interesses do país e não focada, majoritariamente, em seus interesses corporativos.

Necessitamos de paz, pois o Brasil já tomou conhecimento que o permanente estado de beligerância fomentado pelo restrito círculo do poder na capital federal nos conduzirá ao caos político e abrirá as portas à ruína econômica do país.


Casório
Na semana que passou, a politicamente sempre alerta família presidencial resolveu baixar a guarda para comemorar o casamento de Eduardo, filho 02 de Jair Bolsonaro, deputado federal por São Paulo e ungido pelo ideólogo norte-americano Steve Bannon para liderar o movimento da extrema-direita na América Latina, com a psicóloga gaúcha Heloisa Wolf.

Realizado num salão de festas no tradicional bairro carioca  de Santa Teresa, o evento contabilizou mais brucutus, seguranças e atiradores de elite do que convidados.

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Especial atenção despertou o quarteto de daminhas formado por Laura, a caçula do presidente, as duas filhas menores de Flavio Bolsonaro, irmão do noivo e por Bareta, cadela de estimação dos nubentes que, adornada com uma generosa coleira de flores silvestres, postou-se majestosamente junto aos noivos, aos pés do altar.

A cena nos convence, em definitivo, de que os tempos mudaram e ao que tudo indica, também para a igreja.