Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, as aulas presenciais já são uma realidade e vão ocorrer na maioria das instituições. Nas próximas semanas será iniciado o ano letivo das escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Nesse ano, além dos alunos em sala de aula, um item que vai continuar presente na lista de chamada é o aumento de preço dos materiais escolares, que deve chegar até 30%, de acordo com previsão da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE).
O aumento, segundo a Associação, pode ser explicado por um encarecimento, na outra ponta, para as indústrias e importadoras que tiveram que pagar um pouco mais em matérias-primas como papel, papelão, plástico, químicos e embalagem, por exemplo. “Para os produtos importados, os principais impactos são a variação do dólar no Brasil, os aumentos de custos na Ásia e a elevação dos preços de fretes internacionais, decorrente da falta de containers. Além disso, as medidas antidumping para importações de lápis da China, adotadas pelo governo brasileiro este ano, aumentaram os custos na categoria de lápis”, explicou o presidente executivo da ABFIAE, Sidnei Bergamaschi, em entrevista à Agência Brasil.
Colocando o orçamento na ponta do lápis a esteticista Janete Silva sentiu as contas apertarem um pouco mais nesse mês por conta do material escolar do filho Gabriel, de 10 anos, aluno do sexto ano do fundamental. Mãe de mais três crianças, sem uma renda fixa e com o marido eletricista desempregado, Janete contou com ajuda externa da irmã que doou o kit livro – onde Janete percebeu um maior aumento – para o Gabriel. Outros materiais que o filho precisa nas aulas no dia a dia, como caderno de 10 matérias, caneta e borrachas, ela optou por parcelar no cartão de crédito.
O esforço que tem sido feito tanto para o Gabriel, como para os outros filhos, é para garantir um futuro melhor para as crianças. “Pela educação de qualidade, a gente acaba fazendo esse esforço. Então, assim, abrimos mão de outras coisas para poder estar proporcionando isso para o nosso filho. Essa contribuição da minha irmã e de outras pessoas me ajudou muito para a matrícula do Gabriel”, explica.
Pai do Ramon, um menino de 17 anos e estudante do terceiro ano do ensino médio, o militar Fernandes Antônio Pereira fez uma economia repassando livros que o filho usou no ano passado para outro pai. Os materiais que também não foram usados durante as aulas on-line serão reaproveitados nesse ano. “Teve essa economia também. Em casa, no computador, ele economizou mais o material. Então isso vai ser utilizado novamente”, conta Fernandes, acrescentando que a adoção de conteúdo eletrônico para auxiliar nas aulas, algo que ganhou força na pandemia, também será uma boa opção para não apertar o orçamento.
Auxílio de bolsa de estudo aliviou as contas
As incertezas da pandemia, como atualmente a variante Ômicron que tem aumentado os casos de Covid-19 e exigindo novamente ainda mais atenção, fez Janete se preocupar em colocar o filho em uma escola particular. A matrícula na pública já era um planejamento, mas o medo de uma nova parada nas aulas influenciou ainda mais a decisão.
“Sinceramente, é um sentimento muito confuso diante de tanta dificuldade priorizar a escola. Acredito que só sendo mãe o pai para entender. Em relação à rede pública, eu não tenho nada a falar e eu sou muito grata. Mas, o que acontece, é que nesse período de pandemia por conta dessa instabilidade se vai ter ou não aula presencial na pública, como iria ser a dinâmica de cuidados em sala eu me senti mais segura optando por uma escola particular”, conta.
A ajuda para seguir com o objetivo foi através do programa de incentivo estudantil Educa Mais Brasil. Mais conhecido entre os programas de inclusão educacional, o Educa tem parceria com instituições de ensino de todo o país e oferta bolsas de estudo de até 70% em cursos que vão desde a educação básica ao ensino superior. Com a bolsa, Janete vai conseguir economizar 50% no valor das mensalidades. “Um verdadeiro milagre aqui na nossa vida é essa oportunidade do Educa Mais Brasil. Eu já tinha desistido por conta de outras dificuldades, mas o Educa foi válvula de escape que me motivou a ficar na escola”, diz ela aliviada.
Fernandes também fez uso de uma bolsa de estudo do Educa para o filho Ramon. A escolha por pagar pela educação do filho se dá por acreditar que tudo que se conquista tem um dedo no conhecimento. A escolha pela escola particular hoje, para ele, é um projeto de investimento para a faculdade do filho. “Tudo que a gente tem hoje, nós temos de agradecer aos estudos. É através do estudo que se formou o que hoje o país é. Se tem alguém que é empresário, está empregado, se tem alguém que tem uma profissão, é um médico… tudo isso tem que passar pela educação”, reforça.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil