Mais de mil pessoas aguardam consultas com ortopedista no SUS, em Brusque
Espera por atendimento para esta especialidade pode ser de mais de um ano
Espera por atendimento para esta especialidade pode ser de mais de um ano
Em Brusque, mais de mil pessoas estão na lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) aguardando consulta com ortopedista. No total, são 1.012 solicitações, sendo a mais antiga delas de 3 de junho de 2019. Os dados são do sistema de consulta à lista de espera disponibilizado online pela Secretaria de saúde, no site listadeespera.saude.sc.gov.br.
A pessoa mais idosa aguardando consulta tem 95 anos, e fez a solicitação no dia 5 de dezembro do ano passado. A previsão é de que o atendimento seja feito em 297 dias. O mais novo dos pacientes esperando na fila tem um ano e meio, e ainda vai ter que esperar por volta de 355 dias para ser atendido – o pedido foi feito em 30 de janeiro de 2020.
O tempo de espera é estimado pelo próprio sistema, que considera o número de agendados e o número de pessoas na fila.
A última solicitação registrada no banco de dados foi feita no dia 6 de fevereiro. A expectativa de espera, contando a partir do dia 26, é de mais de um ano – 369 dias, especificamente.
O secretário da Saúde, Humberto Fornari, explica que a demanda represada vem aumentando desde meados de 2019 após a aposentadoria de um médico que atendia o SUS pela prefeitura e pelo hospital Dom Joaquim. Ele passou a atender apenas pela instituição desde a obtenção do benefício.
“Estamos em tratativas tanto com o Hospital Dom Joaquim, para que contrate mais um médico e nos forneça mais consultas, assim como o Azambuja, para que este processo realmente dê uma alavancada e o número de consultas volte ao patamar normal”, diz.
Atualmente, dois ortopedistas atendem pelo SUS no município. A contratação de mais um profissional está dependendo do resultado de um concurso, no qual outros especialistas também serão contratados. Fornari explica que o anúncio do novo contratado depende do período eleitoral, mas que o prazo é março.
Quando o fluxo estava normal, segundo o secretário, a oferta era de cerca de 600 consultas com ortopedista no mês. Agora, a média é de 400.
O ortopedista Sebastião Lima, que é vereador e diretor clínico do Hospital Imigrantes, acredita que a alta procura de atendimentos por ortopedia em Brusque se deve a um problema estrutural, que vem de todo o país. Lima defende uma ação mais profunda em um trabalho de prevenção, com um misto de ações de autoridades de educação e saúde com a população em geral, desde as escolas.
“Muitas vezes não é só a consulta. O paciente sabe que precisa emagrecer, que não pode fazer esforço, ou está encostado na perícia, que as vezes exige exames para manter o benefício. O problema é bem complexo”, diz.
Além disso, ele explica que a espera para atendimento ortopédico engloba várias diferentes necessidades dos pacientes e que o real motivo e causa do problema só pode ser descoberto após a primeira consulta.