Mais de 80% das vítimas de Covid-19 em Brusque são idosos com doenças associadas

Apenas três das 18 mortes foram de pessoas com menos de 60 anos

Mais de 80% das vítimas de Covid-19 em Brusque são idosos com doenças associadas

Apenas três das 18 mortes foram de pessoas com menos de 60 anos

Nesta quarta-feira, 22, a 17ª e a 18ª vítimas de Covid-19 foram confirmadas em Brusque. Uma mulher de 68 anos, que tinha diabetes e hipertensão, e um homem de 64 anos, que tinha como comorbidade hipertensão arterial e histórico de infarto há um ano. O perfil dos óbitos na cidade é similar a estes. A maioria das mortes foi de idosos, que tinham outras doenças associadas.

Apenas três dos 18 óbitos associados ao novo coronavírus em Brusque foram de pessoas com menos de 60 anos. Dois deles eram homens com obesidade como comorbidade. A outra vítima era uma mulher que não tinha comorbidades. Em relação ao sexo, os números são praticamente iguais: dez vítimas eram homens e oito mulheres.

A média de tempo entre internação e morte dos pacientes brusquenses que acabaram morrendo é de quase sete dias, sendo que um deles chegou a ficar 18 dias internado antes de falecer.

Os dados apurados por O Município junto às informações oficiais das vítimas da Covid-19 demonstram que quase metade dos pacientes que morreu com Covid-19 sofria com hipertensão. Outras doenças associadas foram diabetes, obesidade, asma, câncer, doenças coronárias e cardiovasculares. Duas das vítimas não apresentavam comorbidades, mulheres de 48 e 67 anos.

De acordo com o infectologista da Prefeitura de Brusque, Ricardo Freitas, o perfil das vítimas fatais em Brusque segue uma tendência mundial sobre o comportamento do vírus.

“Artigos científicos apontam que a doença é mais grave em pacientes acima de 60 anos, com a piora muito acima de 80, o sexo masculino é mais atingido, e com índice de massa corporal (IMC) acima de 30, especialmente mais de 40. Além disso, hipertensão e diabetes, quanto mais descontroladas, pior é o quadro”.

Outro fator mundial que foi identificado, segundo Freitas, é o índice de privação, que tem a ver com a situação social dos pacientes.

“É bem claro que o ambiente que a pessoa mora, com relação à criminalidade, presença de água potável, também a renda, salário e emprego, impacta na questão do coronavírus. A gente vê que pessoas com índice maior privação são as que evoluem pior”, destaca o médico.

A reportagem não contabiliza a 19ª morte registrada no município na noite desta quarta-feira, 22.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo