Mais de 640 pessoas são portadoras de hepatites virais em Brusque
Desde 2001, foram registradas 41 mortes em decorrência do vírus
Levantamento do Serviço de Atenção Especializada (SAE) de Brusque, realizado a pedido de O Município, mostra que as hepatites virais são um problema de saúde no município.
Até 10 de outubro, havia 449 pessoas com hepatite B. Dessas, 78 usam medicação para controlar a doença e três já realizaram transplante de fígado.
A quantidade de pessoas com hepatite C é menor: 197. Destes, 26 já se trataram este ano, dos quais 25 curaram a doença. Outros sete vão começar o tratamento em novembro.
Assim como em Brusque, as hepatites virais são um problema de saúde pública no Brasil e em Santa Catarina, onde causou milhares de mortes, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC).
Milhões de pessoas têm o vírus no país, mas não sabem, conforme o Ministério da Saúde. Os números revelam a necessidade de conscientização porque existe a vacinação e a cura para o tipo C.
A hepatite é um termo médico para a inflamação dos tecidos do fígado. De acordo com a Dive-SC, a hepatite B é transmitida pelo sangue nas relações sexuais sem preservativo.
É possível contrair a doença, também, por meio do compartilhamento de objetos como agulhas e seringas, lâminas de barbear, materiais cirúrgicos e odontológicos, materiais de manicure sem adequada esterilização ou por meio de materiais para confecção de tatuagens e colocação de piercings.
Já a hepatite C, conforme a divisão da vigilância, é transmitida pelo sangue no uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas e canudos de inalação e materiais perfurocortantes contaminados. Quem recebeu transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1993 também deve fazer o teste.
Cura e prevenção
Camila Gili, do SAE, diz que esses números são negativos e evitáveis. “Isso é muito ruim porque ela tem vacina disponível no SUS. São três doses, mas o que a gente vê é que a cobertura vacinal é pequena em Brusque, a pessoa toma uma ou duas doses e para”.
O secretário de Saúde, Humberto Fornari, ressalta que os testes rápidos estão disponíveis em todas as unidades de saúde. O resultado sai em menos de 30 minutos.
“No caso das hepatites, temos uma especialista hepatologista na rede que atende 20 horas semanais no SAE”, completa o secretário. Ou seja, o tratamento é gratuito.
A farmacêutica também acrescenta que a hepatite C tem cura. Com os medicamentos modernos, a chance de sucesso é bastante grande. Quando não é possível a eliminação, o tratamento busca impedir a progressão da doença, segundo informações do Ministério da Saúde.