O Natal pra mim tinha muito mais graça quando eu era mais jovem, na verdade quando eu era “beeeeeeem” mais jovem. Me lembro que dia 24 de dezembro era a data mais esperada do ano. Era o dia do presente de Natal, daquela festança da família, de ganhar presente do vô, da vó, era uma espera incrível, sem igual!

A agonia começava tentando descobrir qual seria o presente que iria ganhar dos meus pais. Revirava guarda-roupas, procurava recibos, fazia perguntas quase todo dia, enfim, me transformava num mini-Sherlock Holmes para tentar desvendar o principal mistério do Natal: que presente eles tinham comprado pra mim ou que o Papai Noel tinha comprado, enfim?

Quando a gente ganhava uma bicicleta era aquela folia! Ficava pedalando com ela pra lá e pra cá até virar um frango de televisão de cachorro: todo assado.

Quando era um vídeo game o que a gente queria era virar a noite jogando direto, sem parar, hipnotizado na frente da televisão, só a base de coca-cola e chocolate. E nunca dava, porque sempre tinha alguém que queria assistir a tal da Missa do Galo.

Quando a gente ganhava um Autorama… bom, esse aí eu não sei como era porque nunca ganhei um desses, mas também devia ser muito bom, ah isso devia!
Com o passar dos anos confesso que essa magia do Natal foi se perdendo em mim.

Talvez porque a gente tenha perdido aquele olhar de criança, talvez porque estejamos todos estressados depois de mais um ano de muito trabalho, talvez porque hoje o clima do Natal seja diferente, sei lá, não sei o motivo correto. Só sei que por muito tempo o Natal passou a ser para mim apenas mais uma data comercial como outra qualquer.

Depois do nascimento dos meus filhos, essa magia do Natal voltou a se renovar, mas certamente, sempre vou sentir saudade daquela época que eu tinha o meu Natal, não o dos outros!

Qual a cor pro reveião?

– Ô Lauritx, que cor vais passar a virada de ano?
– Tudo menos verde, né galego! Do jeito que foi nojento esse 2022 (e está sendo, porque ainda não terminou), acho que vou passar com uma peça de cada cor: cueca roxa (espiritualidade), bermuda branca (paz), camisa azul (tranquilidade) e um bonezinho amarelo pra trazer um dinheirinho também que é sempre bom, né! E tu?
– Rapaz, eu acho que vou fazer que nem a minha mulher?
– O que ela vai fazer?
– Vamos usar tudo aquelas roupa tie-dye, porque já tem as cor tudo pra garantir né, porque foi uma cangalha esse 2022, fui nojo!
– Opa, bem melhor, gostei da dica!

10 coisas para evitar nessa época entre Natal e Ano Novo

• contrariar a mulher (importantíssimo!);
• deixar pra ir no mercado em pleno dia 24 de dezembro;
• se deslocar para aeroportos, rodoviárias e afins;
• se vestir de Papai Noel no Natal da família no calor do meio dia;
• levar Kaiser na ceia da família e tomar Heineken dos outros;
• fazer promessas furadas como contratar um personal em janeiro, tentar
emagrecer, parar de fumar e aquela tradicional “só vou beber no final de semana”;
• ficar doente e perder toda aquela comilança que tem no dia do nascimento do menino Jesus;
• tentar fazer uma farofada com a família na região de Bombinhas e adjacências;
• ir num encerramento daqueles gigantes no dia 23 de dezembro a noite e chegar em casa mais doido que o padre do balão;
• errar a letra de Noite Feliz.

Então é Natal… 

Dirigindo pela Beira Rio essa semana vi uma cena que há muito tempo não via: uma picape carregando um pinheiro de Natal de verdade. Isso me remeteu lá para a minha infância quando toda casa tinha um pinheiro de Natal dentro de uma lata daquelas de tinta ou de margarina. Nesses dias de hoje em que tudo é de mentira, inclusive a árvore de Natal, achei muito bacana ver que ainda tem gente que preserva essas tradições. Aí vai vir aquele chatão “Ô Lauritx, mas pra que derrubar as árvores?” Pelo amor de Deus meu querido, vai dormir vai!

Árvore de Natal 

Mas vocês já notaram que a turma está gastando mais na árvore de Natal do que na própria ceia em si? Olha, pelas fotos no Instagram dá até pra saber quem tá bem de vida e quem não tá, só olhando a foto da árvore que a galera posta. Tem casa aqui em Brusque que a árvore de Natal do Copacabana Palace passa vergonha! E aquela famosona que tem no Rockfeller Center lá em Nova York é fichinha perto das que tem ali na Guabiruba. É aquela coisa, outros tempos, outros valores, outras cabeças.

 

 

“Se acabou-se”

Falando em pisca-pisca, é mais uma coisa que se acabou nas casas. Todo mundo tinha um, hoje está cada vez mais raro. “Culpa da Celesc, Lauritx!” – voz do coisa lá!

Último Puxando o Saco 2022

O “Puxando o Saco” manda um abraço aos aniversariantes desse restinho de ano André Becker (Caxãozinho), Juliano Zuchi, Climilson Pedrini (Pôpo), Edegar Gums (Êti), Sérgio Vinícius Rigon (Garrafa), Evandro Ristow, Luciano Laus, Denis Tomio, Claudio Muller, Adriano Fischer, Rafael Imhof (Pikeno), Jeferson Silveira, Rafael Vieira, Rafael Baumgartner, Luiz Davi Maurici (Alemão do Cachorrão), Edson Lyra, Rafael Lauritzen, Paulo Sérgio Xiru, Patrícia Duarte, Felinho Valle, Cristiano Pires e também pro pessoal do começo de janeiro Milton Rodrigues Jr (Juninho), Carin Elisa Kock, Fábio Zendron, Vanderlei Fagundes e Marco Aurélio Kistner. Um “Puxando o Saco para os Patrocinadores” que acreditam no Papo de Bar, muito obrigado a vocês pelo apoio em todo esse ano! E um “Puxando o Saco Vínculo Empregatício” para toda a equipe que faz O Município, em especial ao Ed Carlos que é quem dá vida às nossas ideias desenhando o nosso querido Kríga todas as sextas. Feliz Natal a todos, estendido a nossa meia dúzia de cinco leitores e que 2023 seja repleto de muita saúde e de muitas felicidades, afinal de contas, todos nós merecemos!

Sabedoria Butecular

“As pessoas mentem, mas a energia delas não”