Lojas de Brusque registram grande procura pelo brinquedo spinner
Brinquedo que roda na mão caiu no gosto de crianças e adolescentes
Brinquedo que roda na mão caiu no gosto de crianças e adolescentes
Febre entre crianças e adolescentes, o spinner também caiu no gosto popular em Brusque. As lojas de brinquedos registram há um mês procura significativa pelo produto, sendo que o público-alvo é na faixa etária de 5 a 14 anos.
A proprietária da Multimix, Dirlanda Maria Cavilha, conta que mais de 200 spinners foram vendidos entre 30 e 45 dias. Na sua maioria, os próprios adolescentes – meninos e meninas – compram o brinquedo. “Eles chegam eufóricos. Pegam o spinner e já começam a rodar no dedo. É uma febre que vai passar, mas acredito que ainda vai durar um pouco”, diz.
Na Multimix há três modelos diferentes do produto que variam de R$ 35 a R$ 70. Na CM Eletrônicos e Games, onde as vendas também estão aquecidas, há distintos modelos – metalizado, led, ferro, plástico – que fazem “a cabeça” das crianças e adolescentes. Conforme o funcionário Elivelton Antonio Peres, os clientes vêm por influência dos amigos da escola.
“Os pais acompanham os filhos na compra e se questionam a graça que tem o brinquedo, mas mesmo assim compram. É algo momentâneo”, afirma. Na loja, o brinquedo custa de R$ 34 a R$ 90.
A Só Brinquedos ainda não tem no estoque os spinners, mas segundo o proprietário Erico Zendron Filho, a procura é intensa e há um mês já tinham pedidos. “Temos diariamente uma média de 10 a 15 procuras”. Nesta semana, o produto, que vem de empresas nacionais, deve chegar na loja.
Na Havan, que possui um departamento específico somente de brinquedos, o spinner chegou na última sexta-feira, 23. A empresa aguardava o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A expectativa é que logo o estoque todo seja vendido, já que a procura também foi intensa nos últimos dias. Há um modelo de plástico que custa R$ 29,99.
Spinner e a interação social
O brinquedo, formado por uma hélice de três pontas circulares, é feito de plástico e metal, tem a função de rodar, e é usado na maioria das vezes na ponta dos dedos.
O spinner foi criado no início da década de 90, com o objetivo de ajudar no tratamento de crianças com déficit de atenção e agora virou moda no Brasil e no mundo. No entanto, embora destinado ao tratamento do estresse, da ansiedade e da hiperatividade, não há estudos que comprovem sua eficácia, segundo o psicólogo Antônio Carlos Lançoni Jr, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Por outro lado, combinado com outras atividades, pode ser utilizado por profissionais, em casos de crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista. De toda forma, o brinquedo facilita a interação social e pode ser aproveitado no aprendizado, quando orientado por um educador.
O psicólogo diz que uma vez que o spinner é utilizado comumente em grupos, um dos malefícios pode ser o fato de aquela criança que não tem o seu brinquedo ser motivo de chacota, forçando-a a adquiri-lo, além do efeito contrário ao que se propõe, ou seja, aumentar os níveis de estresse, ansiedade e distração, pelo uso contínuo, podendo em casos extremos chegar a se tornar um vício.
Lançoni Jr recomenda que os pais fiquem atentos ao monitoramento dos filhos, já que recentemente uma criança de 10 anos, nos Estados Unidos, engoliu um dos rolamentos do brinquedo. “Os pais também deverão estar atentos quanto ao tempo destinado à brincadeira. Este tempo para a utilização do brinquedo deve ser combinado com a criança, para que responsabilidades da idade não sejam negligenciadas”.