Júri condena réus por incêndio na boate Kiss; confira penas aplicadas
Pena mais alta ficou em 22 anos e seis meses
O júri popular dos réus acusados pelas mortes de 242 pessoas no incêndio da boate Kiss teve um desfecho nesta sexta-feira, 10. A tragédia aconteceu em 2013, em Santa Maria (RS). O julgamento ocorreu em Porto Alegre.
Os empresários e sócios da casa noturna, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Luciano Bonilha Leão foram acusados pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio simples com dolo eventual de 242 pessoas e tentativa de homicídio de outras 636 que sofreram ferimentos na tragédia.
O juiz destacou que apesar de ser dolo eventual, a culpa dos réus é elevada, pois assumiram o risco da tragédia. Além disso, ele mencionou a conduta ética de acomodação dos condenados.
A pena base máxima foi aplicada a Elissandro Spohr, por ser considerado que ele possuía maior responsabilidade na tragédia. Com os acréscimos, visto o número de vítimas, as penas de reclusão em regime fechado dos condenados ficaram em:
Elissandro Spohr: 22 anos e 6 meses;
Mauro Hoffmann: 19 anos e 6 meses;
Marcelo de Jesus dos Santos: 18 anos;
Luciano Bonilha Leão: 18 anos.
Os condenados não saíram presos do tribunal, apesar da prisão decretada pelo juiz. O motivo é que eles conseguiram um habeas corpus antes mesmo da divulgação da sentença.
Relembre a tragédia
A festa Agromerados marcaria a formatura de cursos como Agronomia, Veterinária e outros da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Mas o que aconteceu foi uma tragédia, uma das maiores da história recente do país.
No dia 27 de janeiro de 2013, a boate Kiss, casa noturna localizada centro da cidade de Santa Maria (RS), recebeu centenas de jovens para a comemoração. No palco, dois shows ao vivo. O primeiro, de uma banda de rock. Depois, foi a vez da banda Gurizada Fandangueira, de sertanejo universitário. A casa estava lotada: entre 800 e 1 mil pessoas. A boate tinha capacidade para 690 pessoas.
Segundo contou na época o guitarrista da banda, Rodrigo Lemos, o fogo começou depois que um sinalizador foi aceso. Ele disse que os colegas de banda logo tentaram apagar o incêndio, mas o extintor não teria funcionado. Um dos componentes da banda, o gaiteiro Danilo Jaques, morreu no local.
Naquele dia, as faíscas atingiram o teto revestido de espuma. Em instantes o fogo se espalhou pela pista de dança e logo tomou todo o interior da boate. De acordo com os bombeiros, a fumaça altamente tóxica e de cheiro forte provocou pânico.
Ainda sem saberem do que se tratava, seguranças tentaram impedir a saída antes do pagamento. Houve empurra-empurra e apenas alguns conseguiram deixar o local. Muitos que não conseguiram, desmaiaram, intoxicados pela fumaça. Outros procuraram os banheiros para escapar ou buscar uma entrada de ar e acabaram morrendo. Segundo peritos, o sistema de ar condicionado ajudou a espalhar a fumaça. Além disso, um curto-circuito provocado pelo incêndio causou uma explosão.
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