João Vítor Roberge

joao@omunicipio.com.br

As responsabilidades pelo momento conturbado do Brusque

Para a revolta da torcida, Luan Carlos segue respaldado; elenco e diretoria têm parcelas

João Vítor Roberge

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As responsabilidades pelo momento conturbado do Brusque

Para a revolta da torcida, Luan Carlos segue respaldado; elenco e diretoria têm parcelas

João Vítor Roberge

Luan Carlos ainda é o técnico do Brusque, para a decepção da maior parte da torcida quadricolor. O treinador já deixou a coletiva depois do jogo contra o Londrina se despedindo da imprensa. Todos já tinham como certa a sua demissão. Faltava a confirmação, que não veio. O elenco, ou ao menos maioria significativa dele, pediu à diretoria para que o treinador permanecesse. Ele tem respaldo dentro do clube, a diretoria banca a aposta e o veredito é a permanência pelas próximas rodadas.

Elenco

A responsabilidade é, também, dos jogadores, que sabem que não entregam, em campo, o que realmente podem. Não necessariamente em garra, mas em técnica e inteligência em alguns casos. Há atletas que vivem bons momentos, há atletas que já viveram dias melhores. E há jogadores que insistem em trair a confiança da comissão técnica e do torcedor com atuações e/ou lances inaceitáveis para o desafio de se manter em uma Série B.

Não há palavras sobre não vencer (ou pontuar) contra CRB, Guarani, CSA e Londrina, da maneira com que os jogos se desenharam e considerando a proximidade entre um e outro. Não há treinador, tática ou estratégia para aquela derrota contra o CSA, perdendo um pênalti e sofrendo um gol de pênalti.

Não há treinador, tática ou estratégia que coloque a bola para as redes quando Fernandinho, Alex Sandro e Paulo Baya, entre outros, perdem os gols que perdem. E é mais frustrante porque, com Fernandinho e Alex Sandro, o torcedor já viu do que eles são capazes, mas há muito não retomam o seu melhor futebol. Hoje, o Brusque brinca de perder gols e é displicente nas oportunidades que cria.

Treinador

Há, contudo, a possibilidade de mudar a escalação quando jogadores não estão bem. E Luan Carlos peca nas escalações, talvez até mais que em outros aspectos. Há alguns jogadores no atual time titular que não têm mais condições de iniciar uma partida, considerando a quantidade de erros em detalhes que mantêm o Brusque numa posição tão incômoda na tabela.

Parece possível tentar algo diferente dentro do elenco, mas as dinâmicas dos últimos dois meses, dentro de campo, são semelhantes e não estão entregando os resultados (fazendo a ressalva aos jogos atípicos contra Cruzeiro e Sampaio Corrêa).

Diretoria

A responsabilidade é, também, da diretoria. As contratações na janela de meio de temporada foram insuficientes. Sim, há todas as justificativas. Tudo caro, difícil, mercado inflacionado, jogadores querendo mais tempo de contrato do que o que o clube pode oferecer, não dá para fazer loucuras (e não dá mesmo).

Estamos falando de uma diretoria que criou o hábito de formar bons elencos. Já teve acertos gloriosos no mercado para reforçar o ataque quando a realidade do clube era mais barata. Júnior Pirambu, Moisés, Bambam e Edu, apenas para ficar entre os mais recentes. Mas, depois de Edu, os reforços para a posição de centroavante não acompanharam o nível das outras posições e das divisões acima. Talvez o único seria Crislan, que apesar do esforço, ainda não correspondeu às expectativas, e ficou muito tempo no departamento médico. De qualquer forma, não houve reposição adequada no setor. O time paga por isto dentro de campo, e o torcedor paga por isto fora.

Os raros gols

O Brusque marcou 13 gols em 19 jogos sob o comando de Luan Carlos. Dois gols com finalizações na área (Álvaro e Alex Sandro), três gols de fora da área (Zé Mateus, Álvaro e Rodolfo Potiguar), três gols em bola parada (Crislan e Wallace), um gol de contra-ataque (Balotelli), três gols de pênalti (Diego Jardel, Júnior Todinho e Alex Sandro) e um gol contra (do Vila Nova).

Os artilheiros do time são Diego Jardel e Alex Sandro, com três gols cada. O primeiro não joga desde junho (e converteu dois pênaltis), e o segundo até vem tendo seus lampejos, mas desperdiça as chances que têm de voltar a cair nas graças da torcida.

O público aguarda o momento em que o Brusque finalmente escape do rebaixamento, cumprindo um objetivo para o qual tem total capacidade, com menos sustos do que em 2021. A torcida sabe de todas as limitações, sabe do feito que é para o futebol brusquense estar na Série B e competir contra todos estes clubes. Permanecer na Série B não é nada além do planejado. Por isso é decepcionante ver o time com tantas oportunidades de se aliviar na tabela e desperdiçá-las.


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