Brusque continua mal na frente e se tornou adversário tranquilo no Augusto Bauer
Quadricolor tem 10 rodadas para se provar melhor do que é hoje e cumprir expectativas estabelecidas pelo clube
Quadricolor tem 10 rodadas para se provar melhor do que é hoje e cumprir expectativas estabelecidas pelo clube
O Brusque insiste em mostrar, em campo, que não tem futebol para cumprir o objetivo acordado e traçado por todos dentro do clube: brigar por um novo acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. A equipe tem dificuldades enormes para balançar as redes e, passadas nove rodadas, ensaia um mesmo problema do rebaixamento em 2022: ataque fraco. Em nove jogos, o Marreco tem oito gols. Em quatro destas nove partidas, o quadricolor não fez gol nenhum. Sofre pouco na defesa, mas o ataque produz menos ainda.
Isto se vê quando o time começa a trabalhar seus ataques. Há muita posse de bola, mas com momentos em que não consegue nem mesmo finalizar. Quando consegue, costuma finalizar mal. Isto ocorreu contra o América-RN, num jogo em que poderia ter vencido. Além disso, o time é órfão de um centroavante decisivo e constante há um ano e meio.
Falta qualidade técnica, às vezes criptografada em um eufemismo chamado “tomada de decisão”. Há jogadores que demonstraram esta qualidade em outros momentos da temporada, mas, atualmente, não mais. O time estagnou ou até regrediu em relação ao estadual, e precisa recuperar o nível que já exibiu em outras ocasiões, com regularidade.
Em meio a isto, Luizinho Lopes já tentou de quase tudo para resolver um problema que está parecendo sem solução. Já fez diversos tipos de alterações, mas não vem conseguindo nada além de melhorias efêmeras, pontuais, vistas em jogos como os contra Aparecidense e até América-RN, por exemplo. São alguns dos bons momentos de uma campanha muito irregular.
Além da óbvia responsabilidade parcial do treinador pelo momento do time, há, na conta, seu desfalque em dois jogos por suspensão. Ele já fez o mea culpa, mas foi uma falha lamentável, que prejudica o comando da equipe na beira do campo.
Às vésperas do início da competição, foi deixada clara a necessidade de se impor e vencer dentro de casa. Mas hoje, com um ponto obtido em nove contra adversários que estavam em posições mais baixas na tabela, o Augusto Bauer é o lugar onde seu torcedor vai para deixar seu fim de semana mais amargo. A torcida quadricolor foi maltratada na derrota para o Figueirense.
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Falávamos em dezembro sobre como a realidade do Brusque seria de luta para se manter sem patrocinador master. Sobre como a grande meta, na verdade, seria se manter na Série C. E será uma campanha razoável e realista se assim for.
Claro, o plano é voltar à Série B imediatamente por conta das receitas, para tentar retornar e continuar em uma crescente em orçamento e estrutura. Mas quando as expectativas são traçadas e o torcedor vê, jogando em casa, um time com futebol tão insosso, há a frustração.
Dito tudo isto, não há nada perdido. O Brusque tem 10 rodadas pela frente para se recuperar, fazer mudanças e avançar, provar que este início é uma fase ruim, um momento de baixa, e não os limites do time aparecendo. É possível e necessário fazer melhor. Se não para chegar ao G-8, ao menos para evitar sustos.
A Arena Brusque precisa de uma reforma urgente em vários pontos, e o mais óbvio é o telhado. Um problema de longa data, que já atravessou vários mandatos na Prefeitura e na Câmara. Já houve episódios graves em que as goteiras atrapalharam partidas e quase causaram lesões. Na semana passada, a vítima foi o campeonato municipal de futsal feminino, que teve sua rodada de estreia adiada.
Trata-se de uma das principais praças esportivas da região. É ridículo, vergonhoso que isto ainda não tenha sido resolvido de forma definitiva e continue comprometendo treinamentos e partidas oficiais. O que falta para a Arena ter a atenção devida? O esporte brusquense merece muito mais e melhor.
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