Sexta-Feira 13 e a crença supersticiosa
Em matéria de religião e de misticismo, a humanidade é uma diversidade infinita. Religiões são muitas, tantas e tão diferentes que elas mesmas já são um inexplicável mistério. Na Ásia, predominam o hinduísmo e o budismo, nas nações mulçumanas é o islamismo, que por séculos manteve uma implacável guerra religiosa com os cristãos. Na África negra, cada tribo com a sua crença e seus orixás.
Mesmo na religião judaico-cristã, a diversidade é imensa, com centenas de credos e seitas. Até pouco tempo, dizia-se que o Brasil era um país essencialmente católico, uma hegemonia dividida apenas com a igreja evangélica de confissão luterana. Agora, são muitas as igrejas evangélicas neopentecostais e o número delas parece aumentar a cada dia.
No entanto, nesse vasto mundo da crença mística e esotérica, tem lugar ainda para aqueles que preferem crer no poder misterioso e sobrenatural dos números, das cartas, dos búzios e até de deuses que habitam outras galáxias estelares. Depois de amanhã, sexta-feira 13, muitos supersticiosos consideram o Dia do Azar. Jogam as cartas do tarô e os búzios sobre a mesa, consultam os astros, fazem a conta com números e lembram que esse número fatídico coincide com a carta arquétipo da morte, no baralho do ocultismo.
Esses crentes das forças sobrenaturais não viajarão nesse dia, com medo do risco de um acidente fatal nem farão negócios importantes para evitar grandes prejuízos. Enfim, se algum mal acontece no 13, não hesitam em atribuir a forças do mal, sem se dar conta que males acontecem todos os dias e não há carta, astro nem búzio que dê jeito. Há pessoas que não sentam em poltronas ou à mesa com o número 13 nos cinemas, teatros e restaurantes. Já parei em hotéis em que o 13º andar leva o número 14. Conheço pessoas que não viajam e nem fazem negócio nas sextas 13.
Uma versão histórica diz que essa crença esotérica teve origem no dia 13 outubro de 1307, uma sexta-feira, quando o rei francês Filipe IV mandou exterminar a Ordem dos Cavaleiros Templários, que haviam prestado relevantes serviços à igreja. Mas, a intolerância religiosa da época não admitia que os Templários rezassem por catecismo diferente. Foi um massacre hediondo, com prisões, tortura e mortes às centenas. A partir daí, muitos consideram o 13 o número do azar. E, se cair numa sexta-feira, então, será um dia macabro, amaldiçoado, que pode trazer males terríveis para quem não se cuidar.
A verdade é que, apesar de tantas invenções e descobertas, tantos mistérios desvendados e do avanço da ciência, o ser humano ainda não se libertou de todas as suas crenças supersticiosas. E assim, depois de amanhã, sexta-feira 13, não faltará quem deixe a viagem e o negócio para o dia seguinte.